Morreu o general Luís Araújo, antigo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas

Luís Araújo foi o piloto do helicóptero que teve a missão de levar comida aos deputados sequestrados durante o cerco à Assembleia Constituinte.

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Luís Araújo nasceu no Porto em 25 de Fevereiro de 1949 Rui Gaudencio
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O general da Força Aérea Luís Araújo, que foi chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), morreu este sábado, subitamente, aos 74 anos.

Luís Araújo foi o piloto encarregado da missão de levar comida aos deputados que estavam sequestrados dentro do Parlamento, no famoso cerco dos operários da construção civil, a 12 de Novembro de 1975 – e também de resgatar o presidente da Assembleia da República à época, Henrique de Barros, que os manifestantes não deixaram que abandonasse os jardins de São Bento.

O general ocupou as funções de chefe do EMGFA entre 7 de Fevereiro de 2011 e 7 de Fevereiro de 2014. Entre muitas missões, Luís Araújo foi assessor para a Força Aérea da Casa Militar da Presidência da República em 1996, no mandato do Presidente Jorge Sampaio.

Foi também o responsável pelo comando da Força Conjunta de Protecção e Recolha de Cidadãos Nacionais na República da Guiné-Bissau, na crise militar de Junho de 1998.

Luís Araújo foi ainda director do Instituto de Altos Estudos da Força Aérea, director-geral de Política de Defesa Nacional e, em 18 de Dezembro de 2006, depois de promovido a general, passou a ocupar o cargo de chefe do Estado-Maior da Força Aérea.

Notas de pesar

Numa nota divulgada à comunicação social, o EMGFA indica que “é com profundo pesar” que tomou conhecimento do “falecimento do general Luís Evangelista Esteves de Araújo, e endereça as mais sentidas condolências a todos os seus familiares e amigos”.

“O general Luís Araújo, que, entre 7 de Fevereiro de 2011 e 6 de Fevereiro de 2014, assumiu o mais elevado cargo da hierarquia militar como chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, afirmou-se sempre pelas suas qualidades de liderança e ímpeto reformador, tendo contribuído de forma ímpar para o desenvolvimento e dignificação das Forças Armadas”, refere a mesma nota.

O EMGFA salienta ainda que a vida e o legado do general Luís Araújo “justificam um profundo reconhecimento e respeito pela sua memória” e “constituem factor de orgulho e coesão para todos os que servem nas Forças Armadas Portuguesas”.

A nota sublinha também que, ao longo da sua carreira, Luís Araújo “foi distinguido com as mais elevadas condecorações, das quais se destacam a Cruz de Guerra de 2.ª Classe, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, a Cruz Naval de 2.ª Classe; a Medalha de D. Afonso Henriques de 1.ª Classe, a Medalha de Mérito Aeronáutico de 1.ª Classe e a Medalha de Ouro de Valor Militar (colectiva)".

Também numa nota divulgada hoje, a ministra da Defesa Nacional “lamenta o falecimento do general Luís Araújo, enviando à sua família sentidas condolências”. Helena Carreiras destaca “a competência, a dedicação, o sentido de serviço, a abnegação e a coragem que sempre colocou ao serviço das Forças Armadas e do país”, que “motivaram mais de duas dezenas de distinções e condecorações, civis e militares”.

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