Surgiu uma cratera no pavimento de um largo situado junto à ribeira de Algés

Buraco surgiu esta terça-feira no Largo Augusto Madureira. Câmara de Oeiras diz que tem vindo a alertar Governo e Agência Portuguesa do Ambiente para a necessidade urgente de obras no local.

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A Câmara de Oeiras diz que tem avisado o Governo para a necessidade de realização de obras naquela zona FB Algés Acontece
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Um buraco com um raio de cerca de três metros abriu-se, na manhã desta terça-feira, no pavimento do Largo Augusto Madureira, em Algés, sem causar danos humanos ou materiais. A cratera surgiu devido ao colapso da conduta da Ribeira de Algés naquela secção, informou a Câmara Municipal de Oeiras em nota enviada ao PÚBLICO. A autarquia sublinha que os serviços de protecção civil municipal deslocaram-se imediatamente ao local, tendo vedado toda a zona num perímetro de segurança que se irá manter até que estejam repostas todas as condições necessárias à normal circulação.

No local, e de acordo com o mesmo comunicado da Câmara de Oeiras, estão ainda técnicos do município “a remover o entulho resultante deste abatimento, de modo a desobstruir a Ribeira de Algés e libertar o caudal de água”. Segundo informações avançadas por alguns meios de comunicação social, e apesar de o incidente não ter provocado ferimentos, um homem com cerca de 40 anos terá caído na cratera quando tentava sinalizar a sua existência.

O Município de Oeiras diz, na mesma nota escrita, que “tem vindo a alertar insistentemente o Governo e a Agência Portuguesa do Ambiente para a necessidade urgente de obras de reestruturação na Ribeira de Algés, naquela secção junto ao Largo Augusto Madureira, por forma a aumentar o caudal até à foz”. Aquele arruamento é, aliás, o local onde o referido curso de água deixa de circular a céu aberto e segue encanado até à zona ribeirinha de Algés. E tem sido cenário frequente de problemas, sempre que os níveis de pluviosidade atingem valores mais elevados e se verificam enxurradas na zona baixa da freguesia.

O Largo Augusto Madureira foi, não por acaso, o sítio escolhido pela autarquia oeirense para apresentar, no passado 17 de Novembro, um novo sistema de escoamento de águas através de barreiras, a fim de evitar a ocorrência de inundações naquela zona. Formado por um conjunto de peças montáveis e amovíveis, como num jogo de “lego”, o sistema permite desviar as águas que transbordem da Ribeira de Algés, improvisando um canal e evitando assim a ocorrência de cheias. Com este mecanismo, o caudal em excesso é desviado para a Avenida dos Bombeiros Voluntários, retirando-o da zona central do núcleo urbano.

Durante a apresentação do sistema, Isaltino de Morais, o presidente da edilidade oeirense, alertou para a necessidade de se realizar uma intervenção de fundo na zona para acabar de vez com as cheias. “Ainda há um mês tive uma reunião com o ministro do Ambiente para fazermos um ponto da situação sobre como vai ser desencadeado o projecto relativamente à execução da obra definitiva”, disse o autarca, sublinhando a disponibilidade, já antes demonstrada, da câmara comparticipar em 50% as obras a realizar. “Vamos ver se será possível concluir esse projecto nos próximos dois anos”, disse.

O sistema de barreiras, a operar pelos bombeiros e pelo serviço municipal de protecção civil, permite criar um canal artificial com 120 metros de extensão. Disposto em cinco zonas críticas, será activado sempre que se considere como muito provável a ocorrência de inundações ou cheias. Quando isso acontecer, a água em excesso será desviada para a Avenida dos Bombeiros Voluntários, que terá as três ruas transversais barradas pelo referido sistema, esperando-se que a água desague na zona da Rua Major Afonso Palla, ao lado da estação de comboios.

Em Junho passado, a Câmara Municipal de Oeiras apresentou um plano para mitigar a ocorrência de inundações e cheias em Algés, antes da realização de obras de vulto, que serão da responsabilidade da administração central. Entre o conjunto de medidas a implementar encontra-se a instalação de comportas, “em todos os acessos habitacionais e de comércio”, na zona compreendida entre o Largo Comandante Augusto Madureira e a Rua Major Afonso Palla, de acordo com o levantamento efectuado pela Protecção Civil Municipal.

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