Coro das Mulheres da Fábrica estreia-se no Convento São Francisco, em Coimbra

Espetáculo integra um ciclo programático dedicado a artistas e projectos musicais originários ou com ligação a Coimbra.

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O Coro das Mulheres da Fábrica nasceu em Outubro de 2022 Tiago Cerveira
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O coro reúne hoje cerca de cinquenta mulheres Tiago Cerveira
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Coro ensaia no espaço Atelier A Fábrica, em Coimbra Tiago Cerveira
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Tiago Cerveira
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A necessidade de convívio e de sentimento de pertença depois de dois anos de pandemia e isolamento forçado levou a que um grupo de mulheres de várias idades se juntasse para criar o colectivo Coro das Mulheres da Fábrica, que trabalha sobre reportório tradicional português e internacional. Este sábado, às 21h30, fazem a sua estreia no Convento São Francisco, em Coimbra, com o espectáculo de coro cénico Baixo, Rasa, Riba!.

Estávamos em Outubro de 2022 quando Vânia Couto lançou na sua página de Facebook um apelo que era também um convite: “Sentia que não existia um espaço feminino [na Região Centro], onde as mulheres pudessem estar juntas motivadas pelo canto, mas não só”, conta ao PÚBLICO a música, professora e agora regente do coro. A adesão foi imediata, diz, e o coro reúne hoje cerca de cinquenta mulheres no espaço do Atelier A Fábrica, onde desde há um ano têm ensaios semanais.

“Encontrei mulheres com características muito próprias, que se espelham na energia autêntica que o grupo tem”, continua Vânia. Umas eram amadoras, outras traziam já formação musical. Para Dora Lontro, por exemplo, "nem foi tanto a componente do canto" que a fez aderir ao coro, antes "sentir que o que valia era a nossa essência", conta esta funcionária pública. Patrícia Almeida, educadora de infância com um pé no teatro amador, prefere chamar-lhe "um lugar afectivo, uma família".

Dois meses depois de o Coro das Mulheres da Fábrica começar a ganhar forma, surgiu o convite da Câmara Municipal de Coimbra para um espectáculo. “Na altura ainda não tínhamos nada”, recorda Vânia Couto. Foi com a canção Desenrola O Teu Cabelo, do cancioneiro das Aldeias do Xisto, que a história do colectivo se começou a traçar para trabalhar música tradicional portuguesa e internacional. Para o espectáculo desta noite no Convento São Francisco, que marcará a estreia oficial deste coro, irão levar, entre outras canções, A Ceifeira, música original alentejana, Mulher Rendeira, e Maria Amélia (esta a convite do director artístico da associação A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, Tiago Pereira) e ainda um tema original, Filha da Mãe. Quanto a planos futuros, o colectivo quer realizar uma residência artística com mulheres da comunidade cigana, a partir de Março do próximo ano, tendo para isso concorrido aos apoios a projectos da Direcção-Geral das Artes.

Texto editado por Maria Paula Barreiros

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O Colectivo reúne hoje mais de cinco dezenas de mulheres Tiago Cerveira
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