Seat Arona, o pequeno SUV espanhol continua pronto para as curvas

O Arona continua a ser uma resposta para quem quer enfrentar a estrada com estilo. E, na variante 1.0 TSI 110cv DSG equipada com a versão Xperience, o visual robusto dá cartas.

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O Arona surgiu, em 2017, como um Ibiza de saias arregaçadas, à procura de conquistar quem se sentisse atraído pelo formato da moda, ainda que não precisasse de fazer grandes incursões fora do asfalto. Seis anos depois, mantém iguais premissas, mas, desde o facelift de 2021, mostra-se mais robusto, revelando que as habilidades do off-road (ligeiro) não se medem aos palmos. Visualmente, as novidades concentram-se na iluminação, com faróis com tecnologia LED e as luzes de nevoeiro reposicionadas, alterando a face do automóvel. No caso da versão Xperience ensaiada, há a destacar a inclusão das barras de tejadilho cromadas.

Mas, entre o modelo de lançamento e o actual, as alterações mais visíveis foram realizadas no interior, com destaque para a inclusão de materiais mais suaves, embora os plásticos duros ainda marquem presença aqui e ali. A adopção de um cockpit digital e a possibilidade de usufruir de um sistema de infoentretenimento funcionam como cerejas para um público-alvo maioritariamente jovem e com vidas assentes no corre-corre da cidade.

A gama de motores do Seat Arona, exclusivamente a gasolina, começa com o 1.0 TSI de 95cv, mas foi o mesmo tricilíndrico sobrealimentado a debitar 110cv e acoplado a uma DSG de sete velocidades que conduzimos. Rapidamente se percebe que este é um automóvel que se comporta de uma forma fácil de agradar: é rápido q.b. nos arranques (cumpre os 0 aos 100 km/h em 10,1 segundos) e, se tiver um empurrãozinho, colocando a caixa em modo Sport, não desilude também nas recuperações — a velocidade máxima apontada pela marca é de 190 km/h.

Em viagens longas na auto-estrada, dentro dos limites legais, mas sem engonhar, este Arona revela-se despachado, estável e poupado. A ficha de especificações técnicas fala em médias de 5,1 l/100km e observámos o computador de bordo com um valor real muito aproximado. Em perímetro urbano, porém, tivemos dificuldade em manter a média em linha com o homologado de 5,9 l/100km (a maioria do tempo andámos, aliás, mais perto da marca dos sete litros do que da dos seis).

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Em cidade, o Arona é muito fácil de conduzir, fluindo facilmente com o trânsito. O pior é as lombas, que nos põem a bambolear. Não é doloroso, até porque a suspensão está longe de ser dura (a versão FR pode ser diferente, já que combina uma suspensão desportiva a jantes de 18 polegadas), mas não deixa de ser algo incomodativo, sobretudo para quem ocupa o banco traseiro. É que a Xperience que testámos podia escapar à suspensão dura, mas também exibia jantes opcionais de 18".

Quando se tem a sorte de apanhar asfalto sem grandes irregularidades, o Arona é divertido de conduzir, até porque as suas contidas dimensões fazem com que não adorne como é apanágio da maioria dos SUV, inclusive dentro do segmento B em que se insere. (Numa nota pessoal, o facto de a posição de condução poder ser regulada para mais baixa vejo como uma mais-valia)

Em termos de visibilidade, nota-se alguns constrangimentos quando se tenta ver o que se passa atrás de nós, mas a marca de Martorell resolveu o assunto numa penada, passando a incluir de série sensores traseiros. No caso da versão Xperience, há ainda sensores à frente e uma câmara de visão traseira, que, não sendo a mais refinada em termos de definição de imagem, constitui uma boa ajuda ao estacionamento.

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Dentro do habitáculo, é perceptível a boa arrumação de todo o tablier, no caso, com um ecrã táctil para gerir o sistema de infoentretenimento, mas com a gestão do ar condicionado à parte, o que se torna mais fácil de usar. Nos pontos negativos, é de referir os curtos espaços para arrumar objectos de pequeno porte, até na versão de equipamento Xperience que inclui um “poço” sob um apoio de braço central ou porta-objectos sob os bancos dianteiros. Já na mala, a volumetria proposta de 400 litros (similar ao irmão Kamiq da sempre espaçosa Skoda) é generosa para o segmento em causa, e os bancos traseiros são fáceis de rebater, numa proporção de 60/40, aumentando a capacidade para 1280 litros.

Nos sistemas de segurança, traz de série sistema de apoio ao arranque nas subidas, cruise control com limitador velocidade e assistente de faixa de rodagem (mas, felizmente, não é preciso ler um manual inteiro para desligar este último). De referir que, em 2022, o Arona conseguiu manter as cinco estrelas do Euro NCAP, obtidas em 2017, numa altura em que as exigências não eram tão rígidas.

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