Museu e Parque Arqueológico do Côa batem recorde de visitantes

Os 70 mil visitantes acolhidos de Janeiro a Setembro ultrapassam o total das entradas registadas em 2022 e constituem o melhor registo de sempre.

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Museu do Côa Adriano Miranda
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Nos primeiros nove meses de 2023, o Museu do Côa recebeu 54 mil visitantes e o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PACV) acolheu 16 mil, que incluem as 2300 pessoas que visitaram o sítio arqueológico do Fariseu, aberto ao público no Verão, adiantou à Lusa a presidente da Fundação Côa Parque, Aida Carvalho.

“O ano de 2023 foi o melhor de sempre em termos de visitantes, quer nacionais, quer de estrangeiros, e tanto nas visitas ao Museu do Côa como ao Parque Arqueológico do Vale do Côa”, explicou Aida Carvalho, precisando que o número se reparte quase igualmente entre portugueses e estrangeiros, com estes últimos a ultrapassar os 48%.

A presidente da fundação acrescentou que, no PACV, a abertura das visitas ao sítio de arte rupestre do Fariseu, com recurso à embarcação electrossolar, foi, talvez, o motor que levou a este sucesso.

Em apenas três meses – Junho, Julho e Agosto – visitaram o sítio do Fariseu cerca de 2300 pessoas. Este sítio arqueológico, um dos locais mais emblemáticos da arte do Côa, com 30.000 anos, apresenta o maior auroque do mundo (boi selvagem) picotado na rocha, e passou a receber visitas diárias a 8 de Junho.

Uma das notas a destacar é que o preço do bilhete para visitar em viaturas todo o terreno ou de barco é o mesmo, e esta última foi a escolha prioritária dos visitantes do Côa, afirmou ainda a presidente.

O PAVC atingiu cerca de 16.000 pessoas, o que corresponde ao número de visitantes permitido, para controlo dos impactos ambientais no local, classificado Património Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Estamos a falar de um património sensível e, por esse motivo, temos um número de visitantes limitado, tendo em conta a pegada ambiental, explicou a presidente da Fundação Côa Parque.

Quanto ao Museu do Côa, mobilizou mais de 54 mil pessoas, com exposições como Dark Safari, primeira mostra da itinerância da Colecção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), inaugurada em Fevereiro, e Todos os Animais, de Luís Paulo Costa, que se encontra patente na instituição desde Agosto.

A exposição Dark Safari somou 38.500 visitantes nos seus dois pólos – o museu e o Centro Cultural de Foz Côa – e sucedeu à mostra Graças Morais: Mapas da Terra e do Tempo, vinda de 2022, que foi então a mais visitada de sempre desde a existência do Museu do Côa (2010), atingindo 37.000 visitantes no início deste ano, quando encerrou.

Em Dezembro, o Museu do Côa vai inaugurar uma exposição com 80 obras da artista Paula Rego (1935-2022), organizada com a Casa das Histórias Paula Rego. A mostra deverá ficar patente até ao final de Julho do próximo ano.

Os números de visitantes são dados a conhecer numa altura em que a fundação se prepara para assinalar os 25 anos da inscrição dos Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa na lista do Património Mundial da UNESCO.

O sítio do Fariseu, até este ano, era apenas visitável no Verão e com recurso a viagens em caiaque. Com a construção de um cais, integrado na paisagem, este local passou a ter visitas diárias regulares com recurso a uma embarcação electrossolar.

O painel onde se encontra picotado o maior auroque do mundo, que inicialmente tinha 3,5 metros visíveis, veio a revelar uma extensão de dez metros de comprimento, na investigação dos arqueólogos do PACV. A viagem percorre cerca de cinco quilómetros do rio Côa, entre a Canada do Inferno e o Fariseu.

Para 2024 está prevista a abertura de novos núcleos de arte rupestre no Vale do Côa, na Ribeira dos Piscos, e o núcleo da Quinta da Barca, em Castelo Melhor.

O PAVC detém mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 30.000 anos, e cada vez mais expostas a adversidades climatéricas e geológicas.

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