Greve de médicos ao trabalho suplementar prolongada até 24 de Novembro

Recusa a todo o trabalho suplementar vigora desde 24 de Julho, porque Sindicato Independente dos Médicos discorda da nova grelha salarial apresentada pela tutela.

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Manuel Roberto

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) vai prolongar a paralisação à prestação de trabalho suplementar até à meia-noite do próximo dia 24 de Novembro, devido à "incompreensível e desrespeitosa proposta" apresentada pelo Governo.

Num comunicado divulgado este domingo, o SIM explica que a recusa a todo o trabalho suplementar que vigora desde 24 de Julho vai manter-se em todos os dias da semana, "qualquer que seja o período", em todos os serviços e estabelecimentos de cuidados de saúde primários do continente e dos Açores.

Em causa está a "incompreensível e desrespeitosa proposta governamental de um aumento médio, transversal a todos os médicos, de 3,6% para compensar uma perda de poder de compra superior a 22%". O SIM critica ainda a "suspensão unilateral da negociação e a aprovação de disposições legislativas sem o acordo sindical".

No pré-aviso de greve, o SIM refere que o protesto visa "fazer com que os Governos da República e da Região Autónoma dos Açores forneçam uma resposta efectiva ao caderno reivindicativo sindical".

A paralisação pretende ainda que "seja apresentada pelos ministros das Finanças e da Saúde uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na tabela remuneratória única da função pública".

Os serviços mínimos serão os estabelecidos nos instrumentos de regulamentação colectiva do trabalho em vigor no Serviço Nacional de Saúde e no Serviço Regional de Saúde dos Açores, explica o sindicato.

A greve às horas extra terminava inicialmente em 22 de Agosto, mas o protesto tem sido prorrogado. Em Setembro foi decidido um prolongamento até 22 de Outubro, que fica já ultrapassado com o anúncio de hoje.

Pautadas por greves, as negociações entre Governo e sindicatos dos médicos iniciaram-se em 2022 sem que as partes tivessem chegado a um consenso sobre matérias fulcrais como a nova grelha salarial e o novo regime de dedicação plena.

Apesar da falta de acordo sobre a grelha salarial, o SIM considera positivo o fim das quotas para a transição das Unidades de Saúde Familiar modelo A para modelo B e a inclusão dos médicos de saúde pública no novo regime de dedicação plena. O sindicato realizou recentemente greves regionais, em diferentes modalidades.

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