Francisca Carneiro Fernandes substitui Elísio Summavielle na administração do CCB

Summavielle sai a meio do terceiro mandato e Francisca Carneiro Fernandes chega para responder aos novos desafios, o Museu de Arte Contemporânea e a expansão do CCB, afirma o ministro da Cultura.

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Com o fim do Museu Colecção Berardo e a inauguração do novo MCA/CCB, abrir-se-á uma nova fase na vida da instituição dr

Francisca Carneiro Fernandes foi anunciada pelo Ministério da Cultura como futura presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém. Sucederá a Elísio Summavielle, que abandona o cargo a meio do seu terceiro mandato à frente da instituição lisboeta. Francisca Carneiro Fernandes foi entre 2009 e 2018 presidente do conselho de administração do Teatro São João, no Porto, e é presidente da Performart – Associação para as Artes Performativas em Portugal.

A entrada de Francisca Carneiro Fernandes acontece num momento em que o Centro Cultural de Belém (CCB) se prepara para a inauguração, dia 28 de Outubro, do seu Museu de Arte Contemporânea (MAC/CCB), consequência da extinção da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Colecção Berardo que dera origem ao Museu Berardo. A esta, juntam-se os projectos já em curso para a expansão do CCB: na próxima semana, dia 10 de Outubro, vai ser lançado o concurso para a construção dos módulos 4 e 5 da instituição, que serão dedicados à hotelaria, restauração e comércio.

É neste contexto que se insere a saída de Elísio Summavielle e a entrada de Francisca Carneiro Fernandes, sendo que Delfim Sardo e Madalena Reis se mantêm no Conselho de Administração. “O CCB vai entrar numa nova fase, com a recuperação da gestão do espaço do Museu. Esta oportunidade coloca o CCB numa posição singular a nível nacional, permitindo um diálogo entre os vários espaços”, afirma o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, em comunicado emitido pelo Ministério da Cultura ao início da tarde desta sexta-feira. “Numa altura que celebra 30 anos, o CCB tem um grande desafio: projectar uma nova identidade e promover uma relação íntima entre o Centro de Artes Performativas e o novo MAC/CCB, que abre no final do mês”.

Elísio Summavielle manifestara a intenção de sair da administração do CCB no fim do seu segundo mandato. Acabaria por recuar na decisão e prosseguir para um terceiro mandato por pedido do ministro da Cultura, como revelou em Abril do ano passado. Em entrevista ao Expresso, explica agora que o pedido emergiu da necessidade de continuidade, de forma a concluir, precisamente, os processos relacionados com o novo Museu de Arte Contemporânea e o concurso para a construção dos módulos 4 e 5. Com a inauguração do MAC/CCB a 28 de Outubro e a lançamento do concurso marcado para a próxima semana, Summavielle afirma ao Expresso ter sentido “que estava cumprida essa missão”.

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Francisca Carneiro Fernandes liderará o CCB nesta nova fase da instituição Paulo Marques e Revista Viva

No comunicado emitido pelo Ministério da Cultura, Pedro Adão e Silva manifesta a convicção de que “o perfil de Francisca Carneiro Fernandes vem dar resposta” aos desafios que o CCB enfrentará agora. “Trata-se de alguém próximo das artes performativas e com uma longa experiência em gestão de equipamentos culturais, designadamente à frente do Teatro Nacional São João. É o momento de potenciar a relação entre os vários espaços do CCB e abrir o centro a novos públicos, à cidade e ao país”, afirma o ministro da Cultura.

Natural do Porto, licenciada em Direito pela Universidade Católica Portuguesa e em Direcção de Empresas na ASESE – Escola de Direcção de Negócios, Francisca Carneiro Fernandes foi entre 2002 e 2007 sub-directora do Teatro Nacional São João. Vogal entre 2007 e 2009, assumiu neste último ano a presidência do Conselho de Administração do teatro portuense, mantendo-se no cargo até Fevereiro de 2018.

Desde 2016 presidente da direcção da Performart – Associação para as Artes Performativas e membro da Comissão Executiva da PEARLE – Live Performance Europe e do Conselho de Administração da União de Teatro da Europa, do seu currículo consta ainda, entre 2018 e 2022, o cargo de directora-geral da Unidade Orgânica de Cultura da Ágora – Cultura e Desporto do Porto ou a direcção executiva do Teatro Municipal do Porto.

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