Marcelo falou com líder comunista depois de objecção do PCP à viagem a Kiev

Segundo o Presidente da República, Paulo Raimundo disse-lhe que, se a sua visita “for útil para o caminho da construção da paz, faz sentido”.

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Marcelo Rebelo de Sousa visita a Ucrânia, apesar do voto contra do PCP LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Presidente da República conversou com o secretário-geral comunista sobre a visita a Kiev que faz entre esta quarta e esta quinta-feira, depois da objecção do PCP em autorizar a deslocação do chefe de Estado à Ucrânia. O partido confirmou ao PÚBLICO o contacto tido entre Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Raimundo.

“O secretário-geral do PCP enviou-me uma mensagem, depois falei com ele, a explicar a posição do PCP, que não é um não completo, é dizer o seguinte: ‘Se for útil para o caminho da construção da paz, faz sentido’”, referiu o Presidente logo após desembarcar na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi, na capital ucraniana, para uma visita de dois dias.

Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que houve “um consenso” de todos os partidos sobre a importância da sua deslocação ao país.

Já numa nota enviada à comunicação social nesta terça-feira, o PCP havia utilizado o mesmo argumento para justificar a objecção à visita de Marcelo: “A menos que se insira no objectivo da procura da paz, não vemos politicamente útil.”

O Presidente da República pediu na terça-feira autorização à Assembleia da República para visitar a Ucrânia durante esta semana, autorização que, segundo o gabinete do presidente da Assembleia da República, foi concedida sem o apoio do PCP. Como o Parlamento está de férias, a autorização só será ratificada quando a Comissão Permanente se reunir, a 6 de Setembro.

O pedido foi feito a partir de Varsóvia, onde o chefe de Estado se encontrava em visita oficial e de onde partiu ao final da noite de terça-feira rumo a Kiev. A visita à capital ucraniana inclui um encontro com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e a participação na cimeira sobre a recuperação da Crimeia —​ desde 2014 sob controlo da Rússia.

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