Rodrigo Cuevas, rainha de Portugal no Festival Músicas do Mundo

No fecho do festival, o cantor asturiano acabou coroado durante um concerto que fica para a lenda de Sines. Em palco, também a história recente africana, o Portugal de hoje e a influência jamaicana.

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Quando Rodrigo Cuevas desce das ameias e entra pelo palco, o público está ganho Mário Pires/FMM Sines
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Olhos e telemóveis estavam fixados no palco. A banda de Rodrigo Cuevas dava início ao primeiro tema, mas do cantor asturiano não havia ainda sinais. E mesmo quando a voz de Cuevas começou a ecoar, o Castelo de Sines não percebia ainda onde diabo se encontrava ele. Até que os holofotes denunciaram a sua insólita localização e as cabeças, num efeito-dominó, começaram a rodar e a dirigir o olhar para cima, até encontrar o cantor, de leque, óculos escuros e um longo colar prateado a enfeitar o fato preto, qual super-herói furtivo, nas ameias do castelo, costas arqueadas para trás, canto lançando ao céu uma das suas melodias que serpenteia entre as tradições das Astúrias e da Galiza. Era o primeiro sinal evidente de que se iniciava um concerto parecido com nenhum outro em 23 edições do Festival Músicas do Mundo (FMM). Afinal, Rodrigo Cuevas, em tudo aquilo que faz na sua música, está sempre em busca do que mais ninguém vê e de provocar uma reacção de espanto — quando não de choque (frequentemente de cada um/a com os seus preconceitos).

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