PCP diz que maior problema do Governo é não responder aos problemas dos cidadãos

O secretário-geral comunista enfatizou as críticas ao Governo e à oposição. “Andamos a falar em processos atrás de processos”, disse Paulo Raimundo.

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Paulo Raimundo falava à margem do Convívio Regional de Leiria do PCP LUSA/CARLOS BARROSO

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou este domingo que o país não é um lamaçal e que, apesar dos processos e casos de corrupção vindos a público, esse “não é o principal problema do Governo”.

“Não é isso que caracteriza o país e os que cá vivem”, disse Paulo Raimundo, referindo-se aos processos judiciais, quando falava na Foz do Arelho, nas Caldas da Rainha, à margem do Convívio Regional de Leiria do PCP, onde discursou perante dezenas de militantes e simpatizantes deste distrito.

Para o secretário-geral comunista, “o problema do Governo é que não dá resposta aos problemas das pessoas”.

“Andamos a falar em processos atrás de processos e a saúde está como está, os salários estão como estão, há um problema brutal de habitação e sobre isso nada [se faz]”, acrescentou.

O comunista enfatizou as críticas ao Governo e à oposição, acusando o PS, o PSD, o Chega e a Iniciativa liberal de “estarem todos em linha, como os astros, na defesa dos grandes grupos económicos”.

Aludindo ao chumbo das propostas apresentadas na quinta-feira pelo PCP, na Assembleia da República, para aumentar os impostos sobre “os escandalosos grupos dos económicos” e para baixar o IVA (imposto sobre o consumo) da electricidade, do gás e das telecomunicações, o dirigente sustentou que “esta companhia da desgraça lá voltou a estar alinhada”.

“O que têm para oferecer é carregar sobre o trabalho e abrir as portas aos interesses do capital”, lamentou.

No rol das críticas incluiu também a concentração de lucros em contraste com a precariedade e a “brutal carga horária” dos trabalhadores, os défices estruturais do país, a falta de respostas na saúde e no ensino, e a falta de apoios a pequenas e médias empresas.

Para o PCP, “é impossível manter o país de joelhos perante a União Europeia e as privatizações da TAP e da Efacec”, ou – em relação à Ucrânia - continuar “a instigação de uma guerra que nunca devia ter começado”.

Não obstante as críticas, e apesar “das notícias que se vão ouvindo, apesar dos muitos casos, apesar dos processos que estão por aí, do ponto de vista judicial e do ponto de vista político”, Paulo Raimundo fez questão de afirmar, “com muita clareza: o país não é um lamaçal”.

Portugal, disse, repetindo declarações feitas no sábado, “tem muita mais gente boa do que má” - gente “honesta, determinada e comprometida com os interesses públicos, com os direitos democratas e patriotas”.

É com essa gente que o PCP acredita que irá, “mais cedo ou mais tarde, […] abrir o caminho da concretização da política patriótica e de esquerda”, concluiu Paulo Raimundo.

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