Um esqueleto humano não é um objecto. Nem mesmo num museu

Nos museus portugueses há colecções que já foram pessoas. Ossos, cabelos e amostras de sangue reunidos pelas missões antropológicas, num tempo em que ciência perpetuava a violência colonial.

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Universidade de Lisboa/Instituto de Investigação Científica Tropical

Os chefes das missões antropológicas eram médicos, mas médicos que se interessavam pela antropologia, a geografia, a arqueologia e até a ornitologia. Passavam meses no terreno a cada campanha, recolhendo dados entre os povos de diferentes etnias nas ex-colónias portuguesas. Eram cientistas, mas trabalhavam no quadro de um regime — o do Estado Novo — que se serviu de boa parte da informação que reuniram para acentuar as diferenças entre portugueses e africanos, entre brancos e não-brancos.

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