Arquitectura

Este edifício do século XIX é uma casa moderna de xisto e ardósia em Foz Côa

A Casa Caldeira foi reabilitada com materiais naturais e de forma a promover uma maior ligação com a natureza, em Vila Nova de Foz Côa.

©IVO TAVARES STUDIO
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Fica no centro histórico de Vila Nova de Foz Côa e é uma casa com 270 metros quadrados, construída no final do século XIX, que “passou pela família durante gerações” até ser herdada pelos clientes do arquitecto Filipe Pina, responsável pelo projecto de reabilitação.

O elemento da Casa Caldeira que rouba (quase todas) as atenções é a fachada sul de ardósia, que compete por elogios com os vários apontamentos de xisto, tanto no exterior como no interior da casa. O arquitecto refere que “por ser uma casa de família, o espaço sofreu algumas ampliações ao longo dos anos”. “Chegava o avô e mudava alguma coisa, chegava a avó e acrescentava outra, mas ainda havia uma parte com essa ardósia”, conta, e quando a viu pela primeira vez, percebeu que estes dois materiais seriam o ponto de partida para reconfigurar o espaço.

Por se situar numa zona histórica, a fachada principal que fica voltada para a rua manteve-se muito semelhante à original, mas Filipe Pina encontrou “mais liberdade no alçado voltado a sul”. “Sendo uma região com muita ardósia e xisto, foi quase automático pensarmos num alçado com este material. Há peças de xisto que estão colocadas no exterior, nas escadas, que já existiam e foram reaproveitadas. A casa tinha mesmo peças de ardósia nas lajes, nos pisos, portanto nós aproveitámos tudo o que foi possível”, acrescenta.

Além destes dois materiais, foi utilizada madeira nos soalhos e cortiça no piso intermédio da casa, por uma questão de acústica e reboco à base de cal para as fachadas. Recorreram a materiais naturais e a uma arquitectura mais tradicional, conta, acrescentando que um dos objectivos da obra passava por “preservar as características arquitectónicas de carácter histórico”, mas adaptar a construção “a uma realidade habitacional contemporânea”.

O arquitecto confessa que “ter uma relação de amizade com o cliente diferenciou este projecto” que manteve as ruínas de xisto, trabalhadas para “ficarem mais resistentes”.

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