Katie Mitchell sob o magnetismo de Orlando

Depois de Virginia Woolf ter revolucionado a sua forma de pensar o teatro, a encenadora inglesa volta à autora para levar a palco Orlando.

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Stephen Cummiskey

Na sua primeira visita à Schaubühne am Lehniner Platz, em 1989, numa altura em que recebera uma bolsa para realizar pesquisa em teatros europeus (como parte da sua formação como encenadora), Katie Mitchell sentou-se na mítica sala berlinense, farol da produção teatral contemporânea, para assistir a uma encenação de Robert Wilson. Era uma estreia em grande: na Schaubühne pela primeira vez, perante o mais recente espectáculo de um dos mais revolucionários e marcantes criadores teatrais das últimas décadas — no caso, uma adaptação do romance Orlando, de Virginia Woolf, transformado num monólogo interpretado por Jutta Lampe (mais tarde, nas versões francesa, inglesa e chinesa da mesma produção, o palco seria oferecido a Isabelle Huppert, Miranda Richardson e Hai-Ming Wei). Esgravatando na sua memória, Katie Mitchell não encontra uma imagem muito viva daquilo que se passava em cena: “Para ser honesta”, diz ao Ípsilon, “não me lembro de grande coisa. Talvez fosse um pouco estático para o meu gosto.” Aquilo que verdadeiramente a marcou nessa experiência foi, afinal, ver-se pela primeira vez na pele de espectadora do teatro berlinense.

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