Sóbolos rios que vão por Valência

Capacidade exemplar de articular o romanesco com a observação de um ecossistema cultural.

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A Água tem espaço para um lirismo desencantado, atreito ao monólogo interior
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A Água tem espaço para um lirismo desencantado, atreito ao monólogo interior

Vêm bons ventos de Espanha, sobretudo para a revelação de novas e jovens realizadoras: nos últimos meses conhecemos Pilar Palomero (Las Niñas), Clara Roquet (Libertad), Carla Simón (Alcarrás)… E conhecemos agora, com A Água, Elena López Riera, que com este filme assina a primeira longa-metragem. É um filme cheio de coisas surpreendentes e bastante bem conseguidas: fazer um retrato regional (uma zona da comunidade valenciana, no sudeste de Espanha) que cruza as “mitologias” locais com a imanência da vida de todos os dias, associar elementos simbólicos (o mais “feminino” dos elementos, a água, consubstanciada em rios e na sua tendência para transbordarem) sem perder o pé a uma raiz real e realista e a personagens de carne e osso, fazer um pouco de história social integrando a geografia (e a hidrografia, bastante peculiar numa região com um periódico historial de grandes cheias), aliar o documento e a ficção, construir uma narrativa onde a interioridade das personagens não é incompatível com a construção de um olhar sobre elas e exterior a elas.

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