FC Porto bateu nos “ferros” e está fora da Champions

Após a derrota em Milão, os “dragões” não conseguiram desfazer a igualdade sem golos na segunda mão dos oitavos-de-final da Champions.

Foto
O duelo entre FC Porto e Inter foi intenso LUSA/JOSE COELHO

O final foi dramático e, por duas vezes no período de compensação, os “ferros” da baliza defendida por André Onana evitaram que os “dragões” conseguissem levar a discussão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões para prolongamento. Porém, após 180 minutos intensos entre FC Porto e Inter, um único golo, apontado por Lukaku em Milão, desequilibrou a eliminatória a favor dos italianos. Num duelo, no Dragão, em que o Inter esteve quase sempre confortável a defender, o empate sem golos penaliza o pouco acerto do FC Porto na finalização.

Após ter afirmado, na véspera, que o importante para o FC Porto seria ganhar, fosse com “bombo, concertina, violino ou ópera”, e que “jogar com 70 passes até à área” lhe dava “sonolência”, Sérgio Conceição não terá apreciado o início do duelo com os italianos.

Com duas baixas de peso já anunciadas (João Mário e Otávio), o treinador portista viu-se privado de outro dos seus pilares em cima da partida — Pepe não jogou por problemas físicos —, mas o principal pecado dos “dragões” foi a pouca objectividade no ataque

Perante um Inter que procurou sempre pressionar o portador da bola, o FC Porto tinha no centro do terreno Uribe, Eustáquio e Grujic. Com Otávio de fora e Pepê limitado pelo recuo para o lado direito da defesa, o futebol “azul e branco” teve posse e passes a mais, mas progressão a menos no primeiro terço da partida.

Apesar de duas ameaças, de Uribe (3’) e Eustáquio (19’), a primeira grande oportunidade foi do Inter — Dzeko rematou após um ataque rápido dos milaneses, valendo aos portuenses a atenção de Diogo Costa.

Com 66% de posse de bola à meia hora, o FC Porto não traduzia essa superioridade em lances de perigo: 3-3 em remates, 7-6 em ataques. Com o Inter mais objectivo e confortável no Dragão, Conceição não escondeu várias vezes o seu descontentamento na linha lateral.

No entanto, nos últimos minutos da primeira parte, a monotonia foi quebrada. Aos 40’, na melhor jogada portista na metade inicial, várias combinações sempre em progressão resultaram numa brecha na defesa do Inter, mas, na “hora H”, Di Marco, com um corte celebrado como um golo, impediu que um remate ameaçador de Evanilson ameaçasse a baliza defendida por André Onana.

Pouco depois, no último cartucho do FC Porto antes do intervalo, Eustáquio esteve a centímetros de desviar um bom centro de Pepê.

Com metade do tempo para marcar um golo que igualasse a eliminatória já gasto, Conceição manteve tudo na mesma. Sem grandes opções no banco para injectarem mais qualidade na equipa, os “dragões” regressaram para a segunda parte sem qualquer substituição. O resultado foi mais do mesmo: FC Porto sem soluções para criar desequilíbrios no último terço; Inter confortável a gerir a vantagem.

Com apenas duas oportunidades sem aproveitamento nos primeiros 15 minutos (Uribe e Galeno), os portistas viram o Inter em cima da hora de jogo ganhar ligeira superioridade, o que forçou Sérgio Conceição a ter de fazer as primeiras apostas: aos 71’, André Franco e Toni Martínez substituíram Eustáquio e Evanilson — o brasileiro parece ainda estar limitado fisicamente. Em teoria, o FC Porto ganhava fantasia (André Franco) e capacidade de luta na área (Toni Martínez). Porém, tinha o relógio a jogar contra si.

E foi na fase do tudo ou nada, com a equipa portista a conseguir encostar o Inter pela primeira vez às cordas, que os “dragões” estiveram a centímetros do prolongamento: André Onana defendeu um remate de Taremi para o poste e Grujic, também de cabeça, acertou na barra. Tal como em Milão, a falta de eficácia penalizava o FC Porto, beneficiando um Inter metódico e com “estrelinha”.

Sugerir correcção
Ler 22 comentários