Os irmãos Dardenne entre a obstinação e o esgotamento

A obstinação dos irmãos Dardenne continua admirável, mas o seu cinema parece ter atingido um ponto de esgotamento.

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A obstinação dos irmãos Dardenne é admirável: continuam, ano após ano, a fazer o mesmo filme, sem ceder à tentação das variedades. Por Tori e Lokita passam ecos de todos os filmes da dupla, embora ele se ligue, especialmente (e por causa da temática da imigração clandestina ou semi-clandestina na Bélgica contemporânea), a O Silêncio de Lorna. A Lorna desse filme era uma imigrante dos Balcãs, o Tori e a Lokita deste filme são dois irmãos, mais velha ela, ainda criança ele, que vieram de algures em África. Trabalham numa pizzaria, entretêm os clientes com uma espécie de karaoke, e fazem entregas ao domicílio — não de pizzas nem de focaccias, mas do negócio mais lucrativo para o proprietário do restaurante: droga. As complicações narrativas que daqui advirão são previsíveis, ou não se tratasse de retratar uma existência sob fogo permanente: o fogo das autoridades “oficiais”, que interpelam o par na rua e parecem obcecadas com os seus “documentos”, e o fogo das autoridades underground, sejam elas as máfias da droga ou as máfias da imigração clandestina (Tori e Lokita são ainda extorquidos por um grupo de africanos como eles, presumivelmente ligados a este último tipo de “negócio”).

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