Fase final da Taça Davis ficou ao dobro da distância para Portugal

Checos venceram os dois singulares e o objectivo de Portugal ficou extremamente difícil de cumprir.

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João Sousa EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Para tornar possível o sonho de alcançar a fase final da Taça Davis, Portugal vai precisar de ganhar os três encontros que restam da eliminatória de qualificação com a República Checa. Uma missão quase impossível, dada a qualidade e determinação com que os tenistas checos se apresentaram no Complexo de Ténis da Maia. Apesar do apoio incondicional e ruidoso de centenas de adeptos portugueses, João Sousa e Nuno Borges não conseguiram igualar o nível exibicional dos adversários e vão regressar ao court no domingo em desvantagem, por 0-2.

Sousa (84.º no ranking) foi o jogador que teve mais hipóteses de somar um ponto para Portugal, mas perdeu com Tomas Machac (122.º), por 7-6 (8/6), 3-6 e 6-2, em duas horas e 50 minutos. O tenista vimaranense não aproveitou dois set-points no tie-break, mas reagiu bem na partida seguinte, que acabou a jogar um bom nível.

A derrota de Sousa começou a desenhar-se no terceiro jogo do set decisivo, quando cedeu o break, após 30 pontos disputados e seis game-points desaproveitados. Embora mais desgastado fisicamente, Machac soube manter o ascendente sobre o número um português, acentuado com um segundo break, para 5-2, depois de Sousa servir a 40-15.

“No terceiro set, ele elevou o nível. Tive muitas oportunidades naquele jogo de 20 e tal minutos, ele fez o break e soltou-se. Apesar da frustração, tentei dar o meu melhor, mas não consegui”, explicou Sousa que espera voltar a contar com o público no domingo: “Queremos mais um dia com casa cheia, a vibrar, e tudo pode acontecer.”

Antes, Jiri Lehecka (39.º) confirmou o bom momento que atravessa e venceu Nuno Borges (105.º), por 6-4, 6-4. Motivado e confiante depois dos resultados obtidos no Open da Austrália, onde atingiu os quartos-de-final, o tenista checo de 21 anos mostrou-se muito agressivo e tomou mais cedo a iniciativa nos pontos.

Borges viria a equilibrar o encontro, ao recuperar das desvantagens; no primeiro set, de 3-5 (40-0), e, no segundo, de 1-3. Só que na fase crucial de ambos os sets, a maior confiança de Lehecka fez a diferença.

“Tentei manter o serviço e senti-me bem do fundo do court. Quando servi para fechar o primeiro set, senti alguns nervos e cometi erros que não deveria a este nível. A 1-3 do segundo set, precipitei-me um pouco e ele também jogou bem. Mas nos momentos cruciais estive mais estável mentalmente e foi por isso que ganhei”, resumiu Lehecka, que poderá ser uma opção para o par que abre a jornada de domingo.

Conformado com a superioridade do adversário, Borges espera agora jogar a um nível mais alto no domingo. “Tenho a oportunidade de redimir-me. Com um ambiente destes, é olhar em frente e ir buscar um resultado melhor”, afirmou o tenista maiato.

Só por uma vez Portugal conseguiu recuperar de 0-2 na Taça Davis: em 2005, frente à Argélia, no Estádio Nacional, com o actual seleccionador Rui Machado, a ser um dos protagonistas ao vencer o singular que deu o 2-2. Na altura, as eliminatórias eram realizadas no intervalo de três dias, com o sábado reservado unicamente para o encontro de pares. “Não tinha dúvidas que era uma eliminatória que ia ser jogada, mas já levantámos uma eliminatória a perder 0-2. No ténis só um pode ganhar e temos de ser profissionais como sempre fomos e dar mérito aos adversários”, frisou Machado.

Para o par que abre a jornada de domingo, o seleccionador vai apostar na melhor dupla lusa, Nuno Borges/Francisco Cabral. Do lado da República Checa, dificilmente será Machac, como estava anteriormente anunciado, a fazer par com o especialista da variante, Adam Pavlasek (78.º do ranking de pares).

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