José Pedro Croft exibe obras dos últimos dois anos no Museu Vieira da Silva

Comissariada por Sérgio Mah, a exposição apresenta obras do artista que revelam um trabalho novo em redor de círculos e circunferências.

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Escultura de parede de José Pedro Croft, Sem Título, (2022), ferro pintado DR
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Escultura de parede de José Pedro Croft, Sem Título, (2022), ferro pintado Daniel Malhão
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Desenho de José Pedro Croft, 2020 DR

O artista plástico José Pedro Croft vai apresentar trabalhos em escultura, desenho e gravura produzidos, na sua maioria, nos últimos dois anos, a partir de 26 de Janeiro, no Museu Arpad Szenes — Vieira da Silva, em Lisboa.

A exposição tem por título Et sic in infinitum (E assim até ao infinito, em tradução livre), e ficará patente nas salas das exposições temporárias da Fundação Arpad Szenes — Vieira da Silva até 28 de Maio.

Comissariada por Sérgio Mah, a exposição apresenta obras do artista nascido no Porto, em 1957, que "revelam elementos de círculos ou de circunferências, em planos mais abrangentes ou parcelares, submetidos a variações cromáticas, a cortes, descentramentos e sobreposições", descreve um texto do museu enviado à agência Lusa sobre a iniciativa que conta com o apoio mecenático da Fundação Vítor e Graça Carmona e Costa.

Deste modo, partindo de uma mesma forma básica e arquetípica, "o artista explora um imenso campo de possibilidades estéticas e perceptivas, através de uma sucessão de permutações que indaga a volatilidade e a impermanência das formas".

O título Et sic in infinitum é uma citação da frase que consta em cada um dos lados de um desenho de Robert Fludd (1574-1637), reproduzido num livro do cosmologista, matemático e físico.

Reconhecido como umas das primeiras representações da criação do universo, o desenho dá a ver um quadrado negro imperfeito, a imagem do pré-universo, do nada, do vazio negro e sem forma anterior ao evento da criação.

Em 1994, Croft apresentou individualmente grande parte do seu trabalho no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

A sua obra foi exposta em retrospectiva no Centro Cultural de Belém, em 2002, e foi galardoado com o Prémio Nacional Arte Pública e com o Prémio EDP Desenho em 2001. Em 2017, foi o representante de Portugal na Bienal de Veneza.

Na paisagem

Também a partir de 26 de Janeiro, a Casa-Atelier Vieira da Silva apresentará a exposição Grau Zero, um conjunto de 10 pinturas e desenhos da artista Catarina Pinto Leite.

Nascida em 1963, em Lisboa, onde vive e trabalha, a artista tem vindo, desde meados dos anos 1990, a desenvolver uma prática pictórica que resulta do seu interesse pela paisagem entendida enquanto modelo de representação.

"Através de um cuidado e sintético domínio técnico — assente na sua formação no restauro de pintura antiga — tem desenvolvido uma investigação plástica em torno das dimensões temporais e espaciais da paisagem, da sua exterioridade e da sua interioridade, dos seus limites e fronteiras e do quanto a sua presença pode ser aglutinadora da presença física do espectador e, mais particularmente, da constituição de um determinado olhar", aponta um texto da curadora, Ana Anacleto.

O conjunto de pinturas apresentadas no contexto da exposição Grau Zero resulta de várias tentativas de aproximação a esta dimensão e, "muito particularmente, a uma ideia de rarefacção da paisagem instaurada a partir da sua quase invisibilidade".

Catarina Pinto Leite estudou pintura decorativa com a professora Joana Valdez durante dois anos — enquanto trabalhava como restauradora de pintura na Oficina de Conservação e Restauro (OCRE) —, e desenho e História da Arte na Sociedade Nacional de Belas-Artes, e ainda pintura durante cinco anos na Arte Ilimitada.

Foi professora de Artes Plásticas durante seis anos num colégio em Lisboa e, desde 1996, expõe individual e colectivamente em diversos espaços, com o seu trabalho representado em colecções públicas e privadas.

No museu continua patente a exposição Pintura em Movimento, que tem por objectivo dar uma experiência imersiva e sensorial da obra da pintora Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), aliada ao som, com música original do compositor Rodrigo Leão, criada especialmente para esta animação da pintura da artista.

A exposição foi financiada pelo programa ProMuseus do Ministério da Cultura e contou ainda com o mecenato do BPI/Fundação "La Caixa".

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