Se há algo com que sempre podemos contar para nos distrair da vida real, é a sétima arte. Até nos anos difíceis da pandemia, as produtoras encontraram formas de se reinventar e de gravar filmes e séries para que não nos faltasse nada enquanto nos aborrecíamos em casa. De facto, muitos dos títulos que nos chegam agora foram filmados sob as condições adversas desses tempos, mas nem por isso se perdeu em qualidade.

Este ano, o cinema ganhou diversas obras que vão certamente ficar para a História. E esses filmes só podiam estar na Filmin, a plataforma de streaming do “cinema que mudou as nossas vidas”. É neste lugar que encontramos os títulos mais impactantes da sétima arte, desde os clássicos às obras mais disruptivas dos últimos anos.

Um dos grandes destaques de 2022 que podemos ver na Filmin é “Drive my Car”. O filme, de Ryusuke Hamaguchi – um dos mais promissores cineastas asiáticos do momento –, parte da adaptação de um breve conto do consagrado autor japonês Murakami. A história centra-se no actor e encenador Yusuke Kafuku, que é convidado a encenar o clássico “O Tio Vânia” de Tchécov num festival de teatro em Hiroshima. Com esse grande desafio entre mãos, numa viagem de carro, Kafuku confronta-se com o passado e o mistério sobre a sua mulher, Oto, que morrera subitamente, levando um segredo com ela. Um filme tocante e inesquecível, que não passou ao lado da crítica internacional: “Drive my Car” venceu o Óscar de Melhor Filme Internacional e Prémio FIPRESCI no Festival de Cannes.

De França chega-nos outra das grandes estreias do ano: “Petite Maman - Mamã Pequenina”. Da aclamada realizadora francesa Céline Sciamma, conhecida por filmes com uma sensibilidade sem igual como o “Retrato da Rapariga em Chamas” (2019), “Petite Maman - Mamã Pequenina” é uma magnífica fábula sobre a maternidade, daquelas que derretem até os corações mais empedernidos. O filme conta a história de Nelly, de 8 anos, que depois de perder a avó, está a ajudar os pais a esvaziar a casa de infância da mãe. Enquanto isso, diverte-se a explorar a casa e a floresta à volta, onde a mãe, Marion, costumava brincar e onde construiu uma cabana. Só que um dia, a mãe parte sem dar explicações. É aí que Nelly conhece uma menina, mais ou menos da sua idade, na floresta. Está a construir uma cabana e chama-se Marion. “Petite Maman - Mamã Pequenina” foi filmado durante a pandemia por COVID-19 e ganhou o prémio do Público no Festival de Cinema de Berlim.

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Este foi também o ano em que chegou à Filmin uma série intemporal, e que passem os anos que forem, consegue sempre fazer-nos rir. Estamos a falar de “The Office” (2001), a obra-prima que consagrou o argumentista, realizador, actor e comediante Ricky Gervais, e colocou o seu nome ao pé dos grandes para sempre. Um “mockumentary”, uma espécie de falso comentário que segue o dia-a-dia de uma empresa onde cada colaborador parece mais surreal do que o outro – e o chefe supera-os a todos. Sem dúvida que vale sempre a pena fazer uma maratona de “The Office” e terminar o dia a rir.

Mas ainda há mais grandes novidades de 2022 para descobrir na Filmin: por exemplo, “Libertad”, de Clara Roquet, uma crónica adolescente sobre a passagem à vida adulta num verão na costa da Catalunha, que teve estreia na Semana da Crítica do Festival Cannes; “O meu ano com Salinger”, de Philippe Falardeau, um melodrama cómico sobre uma jovem aspirante a escritora que arranja trabalho uma agência literária e acaba a responder às cartas de fãs de J.D. Salinger (o autor do clássico norte-americano “À Espera no Centeio”); ou “A Ilha de Bergman”, de Mia Hansen-Love, um filme melancólico sobre a estadia de um casal de cineastas em Fårö, uma ilha sueca onde viveu o realizador Ingmar Bergman, onde se instalam para escrever.

Não faltam razões para dizer que, na Filmin, descobre o melhor cinema e não perde os filmes mais marcantes dos últimos tempos. Instale-se no sofá e bons filmes!