Serviço da FIFA ocultou mais de 100 mil mensagens de ódio a jogadores

Serviço de supervisão de mensagens denunciou também mais de 6000 publicações às empresas de redes sociais por incitarem ao ódio.

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Mensagens de ódio foram ocultadas pela FIFA para proteger jogadores e fãs Reuters/HANNAH MCKAY

O serviço de supervisão criado para proteger os jogadores nas redes sociais detectou mais de 100 mil mensagens de cariz insultuoso, discriminatório e ameaçador na primeira fase do Mundial de futebol do Qatar2022, anunciou a FIFA esta sexta-feira.

De acordo com o organismo que gere o futebol mundial, que criou o serviço em parceria com o Sindicato Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPro), foram ocultados de forma automática e instantânea mais de 100 mil comentários insultuosos e ofensivos, tendo ainda mais de 6000 publicações sido denunciadas às empresas gestoras das redes sociais.

"Estes dados mostram que as ofensas e agressões online são um problema alarmante para os futebolistas e para toda a sociedade, com consequências nefastas para a saúde mental e para o bem-estar, que não podem ser descuradas", refere a FIFA.

O serviço de supervisão de mensagens, denominado SMPS, esteve à disposição de todos os futebolistas de cada uma das 32 selecções participantes, tendo o objectivo de minimizar a visibilidade de termos que incitem ao ódio, para os proteger e aos seus fãs.

Na prática, o serviço permite detectar comentários nocivos, denunciá-los nas respectivas plataformas e autoridades, além de tentar ocultá-los para os demais, incluindo as vítimas.

Nesta sexta-feira e sábado, a FIFA une-se às comemorações do Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), tendo por base a mensagem: "Nenhum tipo de discriminação tem lugar no futebol, nem na sociedade".

Nos jogos dos quartos-de-final do Mundial, entre os quais o Marrocos-Portugal, agendado para sábado, aparecerá nos ecrãs dos estádios a expressão #NoDiscrimination — a campanha da FIFA contra a discriminação —, que também estará inscrita nas braçadeiras dos capitães.

Em comunicado, a FIFA lembra que em 2019 introduziu no seu código de disciplina "uma política de tolerância zero em relação ao racismo e à discriminação".

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