Cerca de 2500 focas encontradas mortas na costa russa do mar Cáspio

Focas foram encontradas em diferentes locais ao longo da costa russa do mar Cáspio. Espécie está em vias de extinção.

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Cerca de 2500 focas em risco de extinção encontradas mortas na costa russa Pavel Pashkov,Pavel Pashkov
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Cerca de 2500 focas em risco de extinção encontradas mortas na costa russa Reuters/STRINGER

Cerca de 2500 focas foram encontradas mortas na costa do mar Cáspio, no sudoeste da Rússia, informaram as autoridades. A descoberta é um retrocesso significativo para a espécie em vias de extinção.

O Ministério dos Recursos Naturais do Daguestão, uma região no sudoeste da Rússia, anunciou no domingo que as focas tinham sido encontradas em diferentes locais ao longo da costa, que faz fronteira com a faixa noroeste do mar Cáspio, o maior lago do mundo.

O ministério já havia revelado que tinham sido encontradas 700 focas-do-mar-Cáspio, mas, mais tarde, uma nova contagem elevou o número para 1700. Contudo, “infelizmente, o número cresceu significativamente e actualmente situa-se nos 2500”, explicou a tutela numa publicação no Telegram. As autópsias realizadas em algumas das primeiras centenas de focas encontradas concluíram que os animais provavelmente morreram de causas naturais.

O Cazaquistão, um dos cinco países banhados pelo mar Cáspio – juntamente com a Rússia, Azerbaijão, Irão e Turquemenistão – registou, este ano, casos de morte de dezenas de focas, mas os números não são tão elevados como a descoberta de domingo. Os restos mortais dos animais vão ser examinados num laboratório para tentar estabelecer a causa da morte.

Em declarações à agência Associated Press, Zaur Gapizov, director do Centro de Protecção Ambiental do Cáspio, disse que era provável que os animais tivessem morrido há algumas semanas e que não havia sinais de terem sido mortos ou apanhados nas redes de pesca.

As focas-do-mar-cáspio são os únicos mamíferos marinhos nesta zona e não existem em mais nenhum lugar do mundo. Enfrentaram um declínio populacional acentuado no século XX, quando eram caçadas para lhes extraírem o óleo de baleia e retirarem a pele.

Segundo o Ministério dos Recursos Naturais do Daguestão, a população de focas varia entre as 270 mil e 300 mil, embora o Projecto de Focas do Mar Cáspio estime que esteja mais próxima das 100 mil, revelou, salientando que estes mamíferos são um “indicador chave para a saúde do mar Cáspio”. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN, na sigla em inglês) incluiu esta foca na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas em 2008.

No ano passado, a UICN classificou três áreas no mar Cáspio como Important Marine Mammal Areas (áreas importantes para os mamíferos marinhos) na tentativa de preservar ainda mais a população das focas, que podem medir até 1,3 metros de comprimento.

Nessa altura, Simon Goodman, ecologista da Universidade de Leeds, afirmou que as focas são maioritariamente ameaçadas pelas “actividades humanas”, registando-se “elevadas taxas de mortalidade destes mamíferos por causa da caça furtiva de esturjões e degradação do habitat resultante do desenvolvimento costeiro”.

A Rússia já lançou mísseis para a Ucrânia a partir do mar Cáspio, mas não existem indícios de que esses lançamentos tenham tido um impacto nas focas.

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post

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