Mais 24 fundadores na noite de todos os elogios à liderança de Serralves

Administração de Ana Pinho apresentou plano de actividades para 2023 ao conselho de fundadores e recolheu elogios efusivos do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e de Marcelo Rebelo de Sousa.

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Ana Pinho assumiu a presidência da Fundação de Serralves em 2016 Nelson Garrido

No átrio do Museu de Arte Contemporânea de Serralves (MACS), entre uma singela homenagem ao pintor recém-desaparecido Francisco Laranjo (1955-2022) e a galeria de peças de Rui Chafes da sua série Balthazar, os visitantes são ainda recebidos com vários ecrãs com o lema da fundação portuense para 2022: “Construir o futuro, renovar o passado”. Mas 2023 está já aí ao virar do calendário, e o plano de Serralves para o próximo ano parece ser o da continuidade, sob a gestão da presidente Ana Pinho, que foi alvo, na noite desta segunda-feira, de efusivos elogios por parte do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a quem coube fechar a reunião anual do conselho de fundadores.

Aos jornalistas foi só permitido assistir aos discursos finais dos dois governantes, e foi por eles que se ficou a saber que Serralves vai contar, no próximo ano, com mais 24 fundadores. Uma conquista que tanto Marcelo como Adão e Silva creditaram à presidente da administração Ana Pinho, que conseguiu “o quase milagre de mobilizar fundos de investimento numa sociedade nem sempre aberta ao mecenato cultural”, como referiu o Presidente da República.

Antes, o ministro da Cultura tinha já também elogiado o trabalho da administração de Serralves, instituição onde vê concretizar-se “a ideia da responsabilidade partilhada”, esse “triângulo virtuoso” da colaboração do Estado com o poder local e a sociedade civil.

Apesar disso, Pedro Adão e Silva, perante um auditório repleto de fundadores e representantes de empresas privadas e de autarquias, lançou o repto para uma maior associação da sociedade civil à causa da cultura, lembrando também a mais-valia que isso pode trazer à imagem das suas empresas. Foi na sequência deste apelo que o ministro reafirmou a promessa de realizar alterações à Lei do Mecenato, de forma torná-la mais atractiva para os privados.

Falando especificamente das artes plásticas, Adão e Silva lembrou também o compromisso do Governo de que faz parte em reforçar a atenção a este sector, exemplificando com a recente decisão da instalação definitiva em Serralves da colecção de arte do BPP, em paralelo com o Museu de Arte Contemporânea no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. O reforço destes dois pólos permitirá “multiplicar os espaços expositivos de arte contemporânea”, ajudando assim a suprir aquilo que o ministro considerou ser “uma lacuna” na paisagem cultural do país.

Depois de se dirigir, presente na primeira fila, ao “Presidente Cavaco Silva” e de recordar o seu papel na concretização do projecto de Serralves, primeiro como primeiro-ministro, depois como Presidente da República, Marcelo falou também da relação do Porto com Lisboa. Após enumerar as várias exposições e valências actuais da fundação portuense, do Museu ao Parque e à Casa do Cinema Manoel de Oliveira, e os feitos da administração de Ana Pinho, que, “sem nunca deixar de nos surpreender”, soube ultrapassar o período da pandemia, criar as condições para que novas regras estatutárias permitissem uma maior estabilidade na governação e “liderar a nau em época de guerra e de inflação”, manifestou a expectativa de que a equipa da presidente de Serralves, “com passos cuidadosos, possa conjugar Porto com Lisboa” na empresa de gerir e programar o MAAT e o campus cultural da EDP, junto ao Tejo.

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