Banco Alimentar recolheu 1486 toneladas de bens, mais 200 do que no ano passado

“Há uma solidariedade incrível da sociedade portuguesa apesar da inflação”, diz presidente dos Bancos Alimentares. Dados são de recolha até às 18h, faltam apurar supermercados que fecham até às 23h.

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Marcelo Rebelo de Sousa numa visita no sábado à campanha do Banco Alimentar LUSA/RUI MINDERICO

Este fim-de-semana a campanha do Banco Alimentar contra a Fome para a recolha de alimentos conseguiu angariar, até às 18h deste domingo, 1486 toneladas de alimentos, mais 200 toneladas do que no mesmo período do ano passado, disse ao PÚBLICO Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome.

Nas contas faltam ainda os supermercados que fecham até às 23h, os vales nos supermercados e a campanha online, com donativos que representam alimentos, e cujos contributos podem ser feitos até 4 de Dezembro.

Os dados até esta hora antevêem uma subida, segundo Isabel Jonet, já que são apenas ligeiramente inferiores ao total do ano passado, em que foram recolhidas quase 1680 toneladas. Estima-se que a campanha tenha mobilizado 40 mil voluntários, em 1778 lojas.

Os alimentos vão ser distribuídos por 2600 instituições, e apoiar 400 mil famílias, através de cabazes ou refeições prontas servidas em lares, creches, apoio domiciliário, cantinas sociais.

“Pensou-se que, por causa da inflação, haveria um decréscimo das doações, mas há uma solidariedade incrível da sociedade portuguesa”, disse Isabel Jonet. “As pessoas conhecem outras que estão a passar mal, há conhecimento directo destas situações, de muito perto”, acrescentou.

Segundo Isabel Jonet, os pedidos de ajuda de alimentos e apoio têm aumentado tanto da parte das instituições, como das pessoas directamente. Não referiu dados totais das instituições, apenas que pedem mais alimentos e bens; ao mesmo tempo, recebem 35 novos pedidos de pessoas ou famílias por dia — o número é menor do que na pandemia, mas esse foi um período incomparável, refere. “De qualquer forma é muito”, afirma. “São pessoas que trabalham e têm filhos”.

Do que contabilizaram até agora, os bens mais doados foram leite, massa, arroz; depois azeite e este ano menos óleo “porque está igual ao preço do azeite e as pessoas preferem doar azeite”, referiu; houve ainda atum, salsichas e açúcar. “São também os bens que pedimos”, afirma.

Segundo a instituição, o Banco Alimentar “disponibiliza ainda uma plataforma electrónica em www.alimentestaideia.pt para doação de alimentos pela Internet, que permite a participação na campanha de pessoas que habitualmente não se deslocam ao supermercado ou que residam fora de Portugal, nomeadamente os emigrantes”, acrescentou.

Em Maio, uma campanha de fim-de-semana recolheu 1695 toneladas, mais 72 toneladas no que no mesmo mês de 2021.

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