Mais de 100 mil doentes com dificuldade em suportar custos de alimentação por sonda

Ministério da Saúde diz que “a comparticipação de produtos para nutrição entérica está a ser analisada”.

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Ministério da Saúde adiantou que “a comparticipação de produtos para nutrição entérica está a ser analisada”. Paulo Pimenta

A Associação Portuguesa de Nutrição Entérica alertou que há cerca de 114 mil pessoas em Portugal em risco de sobrevivência devido aos valores elevados da alimentação por sonda. A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias (JN) nesta sexta-feira. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) não comparticipa este tipo de alimentação e os custos podem ser superiores a 300 euros por mês.

A falta de comparticipação tem “um impacto muito grande na vida das pessoas”, refere a presidente da Associação Portuguesa de Doença Inflamatória do Intestino (APDI), Ana Sampaio, citada naquele jornal. A nutrição entérica é essencial à sobrevivência destes milhares de pessoas.

Os apoios estatais são, por enquanto, nulos e a despesa mensal do utente pode mesmo ascender a 300 euros por mês. Ao JN, o Ministério da Saúde adiantou que “a comparticipação de produtos para nutrição entérica está a ser analisada”.

Ana Sampaio, também dirigente do grupo de trabalho de acesso à nutrição entérica, que congrega 19 associações, assegura que alguns doentes não têm forma de suportar esse encargo por não terem dinheiro suficiente para comprarem a nutrição de que precisam. E isso põe “em causa a própria saúde”. “Este tipo de nutrição pode, em alguns casos, ser a única fonte de alimentação e de sobrevivência”, frisa.

O Bloco de Esquerda já apresentou um projecto de resolução no Parlamento, no qual recomenda que o Estado suporte estes custos e garante que a falta de comparticipação causa ainda mais encargos ao SNS.

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