Mortos um alegado mandante e três assaltantes na tentativa de golpe em São Tomé e Príncipe

O primeiro-ministro, Patrice Trovoada, que assumiu o cargo há duas semanas, disse que a situação no país estava “calma e controlada”.

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Delfim Neves, ex-presidente da Assembleia Nacional, foi um dos detidos pelas autoridades são-tomenses Lourenço Silva

Um dos alegados mandantes da tentativa de golpe de Estado em São Tomé e Príncipe, ocorrida na madrugada desta sexta-feira, e três dos quatro assaltantes do quartel, morreram, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

As Forças Armadas detiveram quatro homens, civis, que, cerca das 00h40 (hora local, mesma hora em Lisboa), atacaram o quartel militar, alegadamente para roubar armamento, numa operação que ficou resolvida menos de duas horas depois, após intervenção dos fuzileiros.

Ao início da manhã, os militares detiveram, nas suas respectivas casas, o ex-presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, actualmente deputado pelo movimento Basta, e Arlécio Costa, antigo oficial do ‘batalhão Búfalo’ que foi condenado em 2009 por uma tentativa de golpe de Estado, alegadamente identificados pelos atacantes como mandantes.

Em declarações à Lusa, fonte ligada ao processo disse que os militares levaram Arlécio Costa para o quartel, onde veio a morrer, com as causas por explicar.

Quanto aos três assaltantes, encontravam-se numa sala no quartel com o oficial de dia como refém e ficaram feridos quando os fuzileiros fizeram explodir a porta.

Os assaltantes teriam actuado com a cumplicidade de militares no interior do quartel, tendo pelo menos três cabos sido detidos. No exterior, cerca de 12 homens aguardavam, em carrinhas, e alguns fugiram durante as trocas de tiros com os militares.

Os atacantes e os militares envolveram-se em confrontos, tendo o oficial de dia sido feito refém e ficado ferido com gravidade após agressões.

Em conferência de imprensa, cerca das 9h00, o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, que assumiu o cargo há duas semanas, disse que a situação no país estava “calma e controlada” e elogiou a actuação das Forças Armadas, que defenderam o quartel “com profissionalismo”.

O chefe do Governo disse ainda esperar que a justiça faça o seu trabalho e pediu “mão firme” para os responsáveis da tentativa de golpe, depois de ter anunciado a detenção de Delfim Neves e Arlécio Costa pelos militares, “na base de declarações do primeiro grupo de quatro [atacantes]”.

Portugal e Cabo Verde já repudiaram o ataque.

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