Tráfico de migrantes leva a uma explosão no número de sem-abrigo em Beja
O modelo agrícola no Alentejo está a gerar uma realidade sombria: centenas de pessoas, vítimas das redes de tráfico de mão-de-obra, dormem nas ruas de Beja. O seu número triplicou em dois anos.
De Janeiro a Outubro de 2022, foram sinalizadas pela Cáritas de Beja 279 pessoas sem abrigo na cidade, o triplo do que existia há dois anos, altura em que a mesma instituição sinalizou 88 indivíduos nesta situação. O número foi divulgado na semana passada durante uma conferência para abordar os desafios que estão a ser postos à comunidade alentejana com o surgimento de “centenas de pessoas a dormir nas ruas”. Os trabalhadores explorados pelas redes de tráfico explicam este crescimento, que deverá continuar nos próximos tempos. “Estamos a assistir a uma subida exponencial de sem-abrigo em Beja e a maioria são migrantes”, alerta a organização.