Cascais entre as 50 cidades mais inovadoras do mundo

A cidade virada para o Atlântico foi seleccionada pela COP27 para integrar programa que vai tentar acelerar a transição urbana no combate às alterações climáticas.

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Cascais Nicolau Botequilha

Cascais foi classificada na COP27, que está a decorrer no Egipto, como uma das 50 cidades mais inovadoras em todo o mundo “pelas suas políticas de transição energética e acção climática e pelo seu contributo para a ciência”.

A cidade foi assim incluída no grupo de urbes seleccionadas para fazer parte da “Missão de Aceleração da Transição Urbana”, dinamizado por um consórcio de 23 governos nacionais (que inclui os EUA, a Austrália, Alemanha, Índia, Japão, Emirados Árabes Unidos, entre outros) e a União Europeia. Neste consórcio juntam-se ainda parceiros como o Grupo Banco Mundial e o Fórum Económico Mundial.

Segundo explicou ao PUBLICO Joana Balsemão, vereadora do Ambiente da câmara cascalense, esta missão global para as cidades tem como objectivo “reforçar a adopção de novas tecnologias energéticas e soluções de baixo carbono para prosseguir com as políticas centradas na descarbonização nas diversas frentes energia, mobilidade, resíduos e recursos hídricos”. A missão é também considerada como um contributo significativo para a aplicação do Acordo de Paris.

Este grupo de municípios trabalhará em parceria para “encontrar as melhores soluções de ‘carbono zero’ com base em inovação tecnológica, modelos de governança” para “fomentar o mercado de energias renováveis, o uso racional de água e soluções de mobilidade”.

“Esta acção conjunta prevê ainda o forte envolvimento dos respectivos governos nacionais e, no caso de Cascais e da própria União Europeia, para acelerar a adopção das acções transformativas e o acesso a programas exclusivos de financiamento”, afirmou Joana Balsemão, que nesta quinta-feira participou nos trabalhos da COP.

Mas, como afirma a vereadora, Cascais “traz ainda outra ‘taça’” da COP27, já que foi uma das cidades analisadas pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas (IPCC) “através de um relevante contributo para a redacção do primeiro ‘Sumário para os Decisores Urbanos’ integrado no Sexto Relatório das Alterações Climáticas do painel”.

Neste documento redigido em quatro volumes distintos, os líderes globais da ciência climática e os consultores de 50 cidades provenientes de todas as regiões do mundo apresentaram uma síntese conclusiva com orientações destinadas ao planeamento das cidades nos cenários regionais das alterações climáticas.

“Este contributo visa tornar mais acessível a densa e por vezes imperceptível linguagem científica em conceitos e métodos para ajudar as cidades (técnicos, decisores, parceiros sociais e mesmo as famílias) a adoptar soluções de adaptação e mitigação às alterações climáticas que contribuam de forma mais célere para a resiliência e a transição energética, enquanto, simultaneamente, reduzem os riscos da inacção”, explicou a vereadora.

Joana Balsemão revelou que Cascais vai organizar em colaboração com o IPCC uma conferência com presidentes de câmara “para debater o papel das cidades e o papel da ciência”.

“Este reconhecimento de Cascais pela COP27 é importante para a nossa cidade, mas também para todo o país, pois dele podem sair exemplos para outras cidades do Portugal”, concluiu a vereadora da autarquia cascalense.

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