Varandas explica venda de Matheus Nunes e quer segurar Ruben Amorim

Presidente do Sporting garante, em entrevista, que não exije ao grupo de trabalho que seja campeão e justifica mau início de época com azares e lesões.

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LUSA/ANDRÉ KOSTERS

O presidente do Sporting, Frederico Varandas, explicou, na noite de terça-feira, que o clube foi forçado a vender o médio Matheus Nunes para cumprir as exigências do “fair-play” financeiro da UEFA e recusou reconfigurar objectivos, ainda que tenha admitido que não exige o título de campeão ao grupo de trabalho.

Em entrevista à RTP3, o líder “leonino” lembrou que o Sporting, antes da pandemia, “tinha uma média anual de vendas de 83 milhões de euros” e frisou que a necessidade de vender “não tem a ver com o projecto do Sporting”, mas que se trata do “projecto do futebol português”.

“Estas vendas têm de ser feitas porque o ‘fair-play’ financeiro assim o obriga. Porque, para fazermos um investimento de ‘x’, temos de fazer receitas de ‘y’. Se queremos ter um bocadinho mais de investimento, vamos ter de fazer receitas extraordinárias”, justificou Frederico Varandas.

Depois, confrontado com a insatisfação revelada por Ruben Amorim pela venda do internacional português, Varandas admitiu que “se o treinador ficasse satisfeito por perder Matheus Nunes, era louco”, mas acabou por assumir que não exige o título de campeão nacional ao técnico ou ao actual grupo de trabalho.

“Na última época antes de sermos campeões perdemos Bruno Fernandes, Acuña, Wendel e Mathieu. E fomos campeões. Agora, se me pergunta se o Sporting tem a responsabilidade de ser campeão, não tem. Quando se vê o investimento que outros fazem, não tem. Exijo isso ao meu treinador e ao grupo? Não”, sentenciou Frederico Varandas.

Além disso, o presidente dos “leões” considerou que “dizer que o Sporting está a 12 pontos [do primeiro lugar do campeonato] porque Matheus Nunes saiu é menorizar aquele grupo” de trabalho, mas assumiu que “existe uma crise de resultados” que apontou à “falta de eficácia” e a algum “azar” com “lesões traumáticas” de “jogadores decisivos em momentos decisivos”.

“Mas não concordo que a equipa jogue mal. O Sporting perde com o Chaves, o Arouca e até o FC Porto, mas tem as melhores ocasiões de golo. Não temos sido eficazes, mas o Sporting perdeu com quem? Varzim, Arouca, Chaves... Não temos plantel para isso?”, questionou o presidente dos “leões”.

De resto, Frederico Varandas adiantou ainda que pretende renovar o contrato com Ruben Amorim. “O Sporting tem o privilégio de ter um dos melhores treinadores do mundo. Ruben Amorim tem contrato até 2024 e sabe o que pretendemos depois disso. Foi fulcral no crescimento e recuperação do clube. Se há três anos paguei 10 milhões de euros, hoje pagaria 15”, assinalou.

O presidente dos “leões” frisou que mantém uma “excelente relação profissional e pessoal” com Ruben Amorim e que ambos estão “perfeitamente alinhados no projecto desportivo do Sporting”. E perante a insistência sobre a continuidade do treinador para além do termo do seu actual contrato, em 2024, repetiu que o técnico já sabe o que o clube pretende “para além de 2024” e assumiu a vontade de prolongar o vínculo. “É um assunto em cima da mesa”.

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