Instituto Ricardo Jorge atento ao vírus da síndrome respiratória do Médio Oriente

O INSA redobrou a atenção para manter a capacidade de reposta aos casos suspeitos por causa do Mundial de Futebol que começa a 20 de Novembro, no Qatar.

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O MERS-CoV é um dos três coronavírus, vindos de reservatórios de animais, que causaram surtos neste século Tiago Lopes

O Instituto Ricardo Jorge redobrou a atenção ao vírus da síndroma respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV), para manter a capacidade de resposta se houver mais casos suspeitos, por causa do Campeonato do Mundo de Futebol.

Raquel Guiomar, responsável pelo Laboratório Nacional de Referência para o vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), lembra que o coronavírus do Médio Oriente “ainda se mantém em circulação”, principalmente “em pessoas que têm um contacto próximo com os dromedários”, que se julga serem o reservatório deste vírus.

“É um dos agentes que poderá neste Inverno ser de grande cuidado a nível do diagnóstico laboratorial e da detecção dos casos suspeitos, principalmente no período em que se poderão vir a verificar mais viagens”, disse a responsável, referindo-se ao Campeonato do Mundo de Futebol, que arranca no final de Novembro, no Qatar.

“O laboratório tem vindo a dar resposta a todos os casos suspeitos que são identificados pelos clínicos, normalmente com uma ligação epidemiológica" àquela região, afirmou.

A investigadora sublinha que a principal preocupação é “manter a capacidade de resposta” neste Inverno para que, se houver um aumento de casos suspeitos, “se consiga dar de forma atempada e rápida um diagnóstico diferencial” também para este agente respiratório.

Até final de 2019 foram diagnosticados mais de 2400 casos de MERS-CoV, a maioria na Arábia Saudita. Cerca de 30% dos doentes morreram.

O MERS-CoV é um dos três coronavírus, vindos de reservatórios de animais, que desde o início do século XXI provocaram, pela primeira vez, doenças graves e com elevadas taxas de mortalidade em humanos. Os outros são o SARS-Cov que, em 2002, na província de Guangdong (China), deu origem a um surto de pneumonia grave que se espalhou por mais de duas dúzias de países, através da circulação internacional de pessoas, e o outro é o SARS-CoV-2, que em 2019 esteve na origem da pandemia de covid-19.

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