Duas semanas noutra cidade — sem streaming (V)

Regresso a um tearjerker dos anos 80, que hoje se aprecia de outra maneira. Fica o sabor de uma década do cinema americano que estando ainda perto, está afinal longe. É o ponto de partida para uma aventura por salas francesas: o par, sempre ele, o “cinema do 13 de Novembro” e os esquecidos da Argélia.

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Laços de Ternura. Debra Winger, Shirley MacLaine, Jack Nicholson: a filha, a mãe e o astronauta Paramount Pictures/Getty Images

Os cinco Óscares a Laços de Ternura/Terms of Endearment (1983) foram experimentados, evidentemente que já ninguém se lembra disso, como novo sinal, se ele fosse necessário, de que os 80s se tinham imposto definitivamente aos 70s, derrotando-os. Sabia-se já isso há algum tempo devido aos episódios trágico-burlescos do afundamento da chamada Nova Hollywood através dos quais o Império foi reconquistado pelas novas forças do Sistema, as corporações. “Isso” eram os 80s. Mas o novo statu quo ainda precisou de créditos q.b.. Em 1981, Gente Vulgar, de Robert Redford, foi consagrado nos Óscares, e não O Touro Enraivecido, de Martin Scorsese, que era mais um filme da era anterior. No ano seguinte foi a vez do caldo sinfónico de Hugh Hudson/Vangelis/David Puttnam, Chariots of Fire, namoro de Hollywood com all things british, mas ainda espreitou uma eminência parda da década anterior, Warren Beatty, com o seu inclassificável, para os tempos que corriam, Reds. Depois foi a vez de Gandhi. Finalmente, Laços de Ternura.

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