Ordem dos Arquitectos cria Prémio Manuel Graça Dias para primeiras-obras

Manuel Graça Dias dst - Ordem dos Arquitectos, Primeira-Obra terá a sua primeira edição já lançada a 27 de Outubro. O vencedor, com um prémio no valor de 20 mil euros, será conhecido em Março de 2023.

Foto
Manuel Graça Dias RITA CHANTRE

A Ordem dos Arquitectos (OA) criou um prémio, a que deu o nome de Manuel Graça Dias (1953-2019), que celebra o arquitecto e visa “reconhecer e celebrar a qualidade da arquitectura produzida por arquitectos com formação recente”.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a OA revelou que o prémio tem um valor de 20 mil euros e as candidaturas decorrem entre 27 de Outubro e 15 de Janeiro, sendo o vencedor anunciado em 24 de Março.

“O grande objectivo deste prémio, que agora se inaugura, é celebrar o arquitecto Manuel Graça Dias, figura ímpar da arquitectura portuguesa nas muitas dimensões que desenvolveu, como profissional, crítico, editor, divulgador, entre outras”, lê-se no comunicado.

Através do Prémio Manuel Graça Dias dst - Ordem dos Arquitectos, Primeira-Obra, a OA procura “reconhecer e celebrar a qualidade da arquitectura produzida pelos arquitectos com formação recente, como modo de incentivar a prática profissional, no sentido da inventividade, considerações ambientais, boas práticas, no quadro das medidas de informação, sensibilização e educação, da política nacional de arquitectura e paisagem”, acrescenta o documento.

Ao associar o nome de Manuel Graça Dias a um prémio de primeira obra, a OA propõe-se “sublinhar a imaginação, inconformismo, disponibilidade e generosidade” que aquele arquitecto –​ que morreu em 2019, aos 66 anos – sempre demonstrou.

Atelier Contemporânea

Manuel Graça Dias nasceu em Lisboa, onde se licenciou em Arquitectura em 1977, pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, iniciando-se, profissionalmente, no ano seguinte, como colaborador do arquitecto Manuel Vicente, em Macau.

Em 1990, criou em Lisboa, onde vivia e trabalhava, o atelier Contemporânea, com Egas José Vieira. Os dois propuseram uma abordagem aberta ao edifício do Teatro Luís de Camões, inaugurado em 1880 e que a Câmara Municipal de Lisboa reabriu, renovado, em Junho de 2018, com a designação de LU.CA.

Obteve o primeiro lugar no concurso para o Pavilhão de Portugal na Expo'92 em Sevilha, Espanha, bem como o primeiro lugar no concurso para a construção da nova sede da OA, nos antigos Banhos de S. Paulo, ambos com Egas José Vieira.

Manuel Graça Dias dirigiu o Jornal Arquitectos, entre 2009 e 2012, a Ordem dos Arquitectos, de 2000 a 2004, e foi presidente da secção portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte (2008-2012). Foi autor de vários livros de crítica ou divulgação de temas de arquitectura e tem trabalhos construídos em Almada, Braga, Chaves, Guimarães, Lisboa, Porto, Vila Real, Macau, Madrid, Sevilha e Frankfurt.

O Teatro Municipal de Almada (Teatro Azul, 1998-2005), que projectou com Egas José Vieira e Gonçalo Afonso Dias, foi nomeado para o Prémio Secil 2007, para o Prémio Mies van der Rohe 2007 e para o Prémio Aga Khan.

Manuel Graça Dias e Egas José Vieira ganharam o Prémio de Arquitectura AICA/Ministério da Cultura, de 1999, pelo conjunto da sua obra construída. Em 2006, Manuel Graça Dias foi agraciado, pelo então Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henrique (grau comendador).

Sugerir correcção
Comentar