Activistas climáticos tapam buracos de golfe no dia do Open de Espanha

Membros do movimento Extinction Rebellion taparam com cimento três buracos do campo de golfe do Clube Villa de Madrid, onde decorre o Open de Espanha. O objectivo era denunciar o desperdício de água na rega quando o país enfrenta um período de seca.

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Ambientalistas espanhóis denunciam o desperdício de água na rega de revaldos enquanto o país enfrenta um período grave de seca Rui Gaudencio

Activistas climáticos do movimento Extinction Rebellion taparam com cimento três buracos do campo de golfe do Clube Villa de Madrid, onde decorre esta quinta-feira o Open de Espanha, segundo a agência espanhola EFE. Numa altura em que a Espanha enfrenta um período de seca, os ambientalistas colocaram uma faixa no local, durante a madrugada, na qual se lia: “este buraco engoliu hoje 100 mil litros de água”.

Este “pequeno incidente”, nas palavras da EFE, não impediu que o campeonato arrancasse “normalmente”. A primeira partida entre o holandês Daan Huizing, o espanhol Eduardo De la Riva e o checo Ondrej Lieser começou na hora marcada, refere a mesma fonte. Isto porque os próprios activistas repararam os buracos e removeram a faixa antes da hora estipulada para o início do campeonato.

Em declarações à EFE, os activistas afirmaram que tinham como objectivo denunciar “a irresponsabilidade e o cinismo de uma elite que nem sequer conseguiu tomar a iniciativa [de poupar água] no Verão mais quente desde que há notícia, segundo a Agência Meteorológica do Estado”.

Protesto em Toulouse

O Extinction Rebellion é um movimento internacional de luta contra a crise climática com representação em diversos países - na Espanha, chama-se Rebelión o Extinción - e que recorre a actos de desobediência civil não violenta com o objectivo de parar a “extinção massiva” e o “risco de colapso social”.

Esta não é a primeira vez que o Extinction Rebellion realiza uma acção de protesto contra o desperdício de água num campo de golfe. Em Agosto deste ano, os representantes do movimento climático em Toulouse, na França, também tapou buracos de golfe com cimento para exigir, nos períodos de seca hidrológica, a proibição de rega de relvados dedicados à prática deste desporto.

“Num momento em que alastra-se a maior seca já observada na França, desde o início dos registos meteorológicos, e em que devemos nos preparar para enfrentar episódios climáticos semelhantes no futuro, com a progressão das mudanças climáticas, denunciamos a apropriação dos recursos hídricos pelos mais ricos”, lia-se na petição do Extinction Rebellion Toulouse.