No “jogo das sobras” sobrou mais para o Inter

Inter de Milão e Barcelona lutam, em tese, pelo lugar que sobra a seguir ao Bayern de Munique no grupo C da Liga dos Campeões. Para já, está a sobrar mais para os italianos.

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Inter e Barcelona em duelo em Milão Reuters/DANIELE MASCOLO

Vitória contra Plzen e derrota contra Bayern Munique. Foi isto que se passou com Inter e Barcelona nas duas primeiras jornadas da Liga dos Campeões, deixando claro que o grupo C seria uma corrida às sobras: o Bayern provavelmente seguirá em frente e o Plzen provavelmente verá o resto da Champions no sofá, deixando apenas um lugar nos “oitavos” para Inter e Barcelona. Nesta terça-feira, lutou-se pelo tal lugar que sobra — e está a sobrar, para já, para o Inter. A equipa italiana venceu (1-0) em Itália e chegou aos seis pontos, mais três do que o Barcelona. Mais à frente, com nove, já vai o Bayern, que fez o que todos saberiam que iria fazer: vencer (5-0) tranquilamente o Viktoria Plzen.

Em Milão, deu-se um clássico já tantas vezes repetido pelo Barcelona nos últimos dois anos: uma equipa a jogar — geralmente, os catalães — e outra a marcar. O Barça teve muita bola, como costuma ter, mas foi bastante menos vertical do que já tem sido nesta temporada. A bola circulou bastante de um lado ao outro, mas houve alguma incapacidade de penetrar naquele que era, em tese, um 3x5x2 do Inter, mas cujo perfil se aproximou quase sempre de um 5x3x2 muito denso.

Para o Inter, a ideia era bastante menos complexa: tratava-se de defender como podia e girar o bloco em função da circulação algo lenta do Barcelona. Depois, contra-atacar como soubesse. E soube. Aos 20’, o Inter quase chegou ao golo numa transição. Aos 30’, chegou mesmo numa jogada desse tipo — mas foi anulado por fora-de-jogo. Aos 45+1’, o médio que jogou mais recuado, Çalhanoglu (não havia Brozovic), chegou-se à frente para um remate certeiro de fora da área.

Em suma, o Inter não precisava de ter mais bola para estar a fazer mais pelo triunfo.

Na segunda parte pouco mudou, até porque o Inter, pela vantagem, se foi tornando menos audaz nas saídas e ainda mais precavido no posicionamento. O Barcelona praticamente só jogava pelos raides individuais de Raphinha e Dembélé, algo que era curto, até porque a “densidade populacional” do Inter permitia sempre dobras rápidas quando o primeiro defensor era ultrapassado. Até que Onana decidiu dar uma ajuda. O guarda-redes do Inter falhou a abordagem a um cruzamento, Pedri marcou para o Barcelona e só uma mão na bola detectada pelo VAR salvou o Inter — e Onana.

O Barcelona foi mantendo a incapacidade de ferir o Inter, até pela forma como Lewandowski foi colocado “no bolso” dos centrais da equipa italiana. Nesta temporada, Xavi tem feito questão de utilizar bastante os apoios frontais do avançado polaco como forma de ligar o jogo e até de abrir espaço para diagonais dos alas, mas “secar” Lewandowski foi, para o Inter, uma aposta certeira — e conjugada com a desinspiração dos restantes criativos.

Nápoles esmaga Ajax

Dos restantes jogos, os de menor cartaz desta terça-feira de futebol europeu, destaque para o triunfo (2-0) do Club Brugge frente ao Atlético de Madrid, mais um resultado surpreendente da formação belga, que continua a liderar o grupo B, o do FC Porto.

Também surpreendente, pelo menos pelos moldes, foi o atropelo do Nápoles ao Ajax. Nos Países Baixos, a equipa italiana venceu por 1-6 e soma três triunfos em três jogos, num grupo no qual lutaria, em tese, com os neerlandeses pelo lugar a seguir ao Liverpool — que venceu o Rangers sem grande problema, com golos de Alexander-Arnold e Salah.

No grupo do Sporting as contas estão, como se esperava, bastante confusas. A juntar ao triunfo francês no Marselha-Sporting houve empate no Eintracht-Tottenham, resultado que deixa alemães e ingleses a dois pontos do Sporting, ainda líder do grupo.

O desfecho desta partida acabou, ainda assim, por penalizar um pouco mais a equipa de Londres, que, apesar do pouco acerto na baliza, acabou por ter quase uma mão-cheia de oportunidades de golo, três delas flagrantes.

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