Manifestação por melhores transportes junta mais de 300 pessoas em Setúbal

Autarca anuncia que empresa garante reforço do serviço a partir de segunda-feira, com mais 35 motoristas.

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Autarquia espera que problema esteja resolvido na segunda-feira DR
Centenas de crianças não conseguem ir à escola
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Centenas de crianças não conseguem ir à escola DR
Manifestação em Setúbal
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Manifestação em Setúbal DR

A manifestação em Setúbal por melhores transporte público rodoviário juntou na manhã deste sábado mais de 300 pessoas e o presidente da câmara municipal informou que recebeu na sexta-feira a “garantia”, por parte da empresa concessionária, de que haverá reforço do serviço a partir de segunda-feira.

O autarca André Martins disse que a Alsa Todi, operador da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) para os concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo, Moita e Alcochete, lhe transmitiu, em reunião que tiveram ontem, que conseguiu mais motoristas, “alguns brasileiros e outros através de protocolos”, com outras empresas de transportes.

Questionado pelo PÚBLICO, o presidente da autarquia especificou que serão 35 novos motoristas e que acredita que representarão “um avanço importante” na capacidade operacional, embora não saiba quantos profissionais tem o operador ao todo. Para se ter uma ideia, no sábado passado, a empresa deveria ter 53 autocarros a circular e tinha apenas 23 por falta de condutores.

Na manifestação, convocada pela Câmara de Setúbal e pela cinco juntas de freguesia do concelho, o autarca André Martins afirmou que esta nova garantia dada pela empresa é já “resultado da força do envolvimento das autarquias com a população”.

O presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião apresentou as “exigências” que os manifestantes fazem, umas à Alsa Todi e outras à TML. Ao operador é exigido que cumpra o contrato de concessão, garantindo horários e carreiras, e à TML que “aplique todas as multas e penalizações pelo incumprimento do contrato” e que sejam reduzidos os preços das carreiras urbanas curtas que estão equiparados a carreiras longas.

Os autarcas exigem também à Alsa Todi que deixe de fazer transporte para empresas privadas enquanto não conseguir cumprir o serviço público — a Alsa Todi presta serviço de transporte de trabalhadores para fábricas, como a Visteon. A TML, segundo André Martins, “já notificou” o operador para que cesse essa actividade”. De acordo com algumas pessoas, a Alsa Todi tem efectuado esse serviço com recurso aos autocarros amarelos que servem o sistema público metropolitano.

Escolas sem alternativa

A Câmara Municipal de Setúbal, como o PÚBLICO avançou no dia 27, tem estado a tentar encontrar alternativas para o transporte de crianças e jovens para as escolas. O concelho tem mais de 1400 alunos que dependem do transporte escolar, das freguesias do Sado, Azeitão e Gambia, Pontes e Alto da Guerra e, perante a incapacidade da Alsa Todi, o município estava a tentar contratar outros transportadores.

O presidente da Câmara de Setúbal disse neste sábado ao PÚBLICO que essa tentativa não resultou.

“É muito difícil, porque nós precisamos de muitos autocarros. Só de Azeitão precisamos de autocarros para transportar 400 alunos para Setúbal, Palmela e Sesimbra. Até agora, nos contactos que fizemos, não há empresas que tenham capacidade para todos os dias terem disponibilidade desta quantidade de autocarros”.

A esperança que resta agora à autarquia é que a Alsa Todi consiga efectivamente cumprir o serviço público a partir de segunda-feira. “Eles dizem que na segunda-feira vão garantir os transportes escolares e os outros e que dentro de dois ou três dias têm a situação regularizada. É mais uma promessa”, disse André Martins.

Minutos antes o autarca tinha tido oportunidade de dizer que a confiança no operador é “cada vez mais reduzida” e que as garantias dadas não convencem os autarcas.

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