Brasil: contra o golpe do medo

A retórica do golpe é mais eficaz em instalar o medo do que em condicionar opções. Por isso, o medo do golpe funciona sobretudo enquanto golpe do medo.

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Empresa de segurança privada de Minas Gerais exibe cartaz de apoio à recandidatura de Jair Bolsonaro Reuters/LEONARDO BENASSATO

Os processos eleitorais, mesmo quando muito intensos, como aconteceu recentemente na Colômbia (eleição do primeiro presidente de esquerda na história do país e da primeira vice-presidente negra na história da América Latina) e no Chile (rejeição do projecto da nova Constituição que substituiria a actual, herdeira da ditadura de Pinochet), não costumam atingir o nível de drama existencial que a democracia brasileira vive actualmente. Esse drama resulta da ameaça que paira sobre a sobrevivência da própria democracia, uma ameaça que decorre das declarações e mobilizações públicas do presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores, pondo em causa a transparência do escrutínio eleitoral, fazendo a apologia de um possível golpe de Estado, com apelos às Forças Armadas para intervir e suspender ou encerrar as instituições democráticas, nomeadamente o Supremo Tribunal Federal, um dos principais garantes da normalidade democrática no actual contexto.

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