Obras para pavilhão da Faculdade de Letras de Lisboa ainda esperam licença da câmara

O objectivo desta obra é substituir o actual pavilhão que servia de apoio ao edifício principal.

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As obras para o novo pavilhão aguardam há quase um ano o licenciamento por parte da câmara Rita Chantre

As obras para a construção do novo pavilhão da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, previsto inaugurar no ano lectivo 2023/2024, ainda aguardam licença da câmara, mas o vice-reitor acredita que vai ser possível abrir portas em 2024.

O objectivo desta obra é substituir o actual pavilhão que servia de apoio ao edifício principal, mas que está visivelmente degradado.

As obras para o novo pavilhão aguardam há quase um ano o licenciamento por parte da Câmara Municipal de Lisboa, depois de o pedido ter entrado nos serviços municipais em 29 de Setembro de 2021, mas o vice-reitor disse ser “normal” esta etapa “demorar mais”.

“Esperamos a todo o momento a aprovação do despacho do licenciamento”, explicou Vítor Leitão à agência Lusa, referindo ser preciso várias entidades pronunciarem-se para, no final, a autarquia emitir um parecer.

O vice-reitor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) espera “que seja possível ter o edifício a funcionar em 2024”, data possível se o licenciamento chegar “em breve” e se “tudo correr bem” daí para a frente.

A Lusa contactou a Câmara de Lisboa para perceber se algo estava a atrasar o licenciamento, mas não obteve resposta em tempo útil.

Em Junho de 2021, quando foi apresentado publicamente o edifício que vai substituir o pavilhão existente e degradado, uma publicação no site da FLUL indicava que a construção terminaria no ano lectivo 2023/2024, prazo que o vice-reitor disse agora à Lusa considerar “demasiado optimista”.

“Depois do Verão [em 2021], contamos lançar o concurso para a demolição do Pavilhão Novo e a construção do novo edifício”, afirmava na publicação o director da FLUL, Miguel Tamen, etapas que só avançam depois da autorização da câmara e de uma revisão do projecto por parte de outras entidades, processo este que dura dois a três meses.

O “pavilhão novo”, como é conhecido na comunidade académica, servia de apoio ao edifício principal e recebia aulas de alguns cursos da faculdade e actividades dos estudantes, mas está visivelmente degradado.

Em declarações à Lusa, a responsável pela cultura na Associação de Estudantes da FLUL, Inês Félix, explicou que “chovia dentro das salas, o tecto estava literalmente a cair, seguro por uns ferros, o chão estava partido e havia ratos e cogumelos a nascer nos cantos das salas”.

Fechado em 2021, todas as aulas e actividades que eram leccionadas no “pavilhão novo” concentraram-se depois no edifício principal e na biblioteca da faculdade.

Como consequência, algumas aulas passaram a decorrer ao final do dia e as aulas de duas horas passaram a ter uma hora e 30 minutos, algo que Inês Félix considera “péssimo”.

“Se já achávamos duas horas pouco para aprender tudo aquilo que nos queriam transmitir, quanto mais hora e meia, a saltitar de sala em sala e sem pausas para almoço e intervalos”, lamentou Inês Félix, que lembrou que o fecho do pavilhão congestionou horários e reduziu os espaços disponíveis para refeições.

A direcção da FLUL avisou a associação de estudantes que aguarda a aprovação do projecto, mas Inês Félix disse existir uma descrença entre os estudantes perante a demora face aos prazos anunciados: “Eu só acredito que isto vai ser demolido quando eu vir”.

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