A culpabilidade política

Na sua crónica de sábado, neste jornal, José Pacheco Pereira criticou o pedido de desculpas pelo massacre de Wiriamu, em 1972, que António Costa formulou perante o Presidente de Moçambique, em nome da entidade histórica e política que se chama Portugal e daqueles que formam a nação como “comunidade imaginada” — os portugueses. “Eu não tenho que pedir desculpas pelo crime de Wiriamu”, declarava Pacheco Pereira logo no título do seu texto. E explicava porque é que se isentava dessa “culpabilização colectiva”: porque “se há culpa é da ditadura do Estado Novo, de Salazar e Caetano, da elite militar que mantinha o regime e a guerra”, logo, “os portugueses não foram tidos nem achados” e, por obrigatória inferência, “eu sou português e não tenho nenhuma desculpa a pedir”. E interditando a possibilidade de alguém o confrontar com uma possível culpa moral, Pacheco Pereira esclarece que foi radicalmente contra a guerra colonial e desde cedo tinha decidido que fugiria para o estrangeiro se fosse mobilizado.

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