Cidadãos pedem expansão do Metro de Lisboa de Telheiras a Carnide

Petição pública quer ver cumprido objectivo previsto há “quase duas décadas”, exige a suspensão do “projecto da linha circular” e pede que sejam utilizadas as verbas da União Europeia

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Petição pública conta cerca de 1800 assinaturas Nicolau Botequilha/Arquivo

Um grupo de cidadãos está a pedir a expansão da rede do Metropolitano de Lisboa (ML) de Telheiras a Carnide, cumprindo-se assim “uma intenção quase consensual” prevista “há cerca de duas décadas” e que “nunca foi cumprida”. Alegam ainda que esta ligação está, “quer no Plano Director Municipal da Câmara Municipal de Lisboa [PDCML], quer no Plano de Expansão da Rede [PER] do ML, apresentado já em Setembro de 2009”.

No sentido de conseguirem o seu objectivo, o movimento lançou há menos de um mês uma petição pública dirigida ao Presidente do Conselho de Administração do ML, ao primeiro-ministro e à presidência da autarquia lisboeta, que a meio da tarde desta quarta-feira tinha cerca de 1800 assinaturas. Uma petição que, garantem, tem o apoio da junta de freguesia de Carnide, eleita pela coligação CDU (PCP/Os Verdes).

Num texto enviado ao PÚBLICO, este grupo de cidadãos alega que, quer no PDCML quer no PER, é referido que “este prolongamento permitiria que as inegáveis carências de transporte público experienciadas em Telheiras, no Parque dos Príncipes, na Quinta dos Inglesinhos, na Horta Nova e no Bairro Padre Cruz fossem definitivamente supridas”.

Lembram ainda que ao longo deste eixo da cidade “localizam-se não apenas diversos equipamentos de ensino [...], o campus da Universidade Europeia, como também inúmeras empresas, muitas das quais sediadas no Pólo Tecnológico de Lisboa, bem como no campus da Agência para a Competitividade e Inovação”.

“Face ao elevado volume de verbas que se encontra disponível tanto no Plano de Recuperação e Resiliência quer no Quadro Financeiro Plurianual em vigor entre 2021 e 2027, é mais do que nunca urgente recolocar as legítimas aspirações de quem reside e de quem estuda ou trabalha nestas zonas da cidade na agenda pública”, acrescentam, salientando tratar-se de “uma causa actual e quase consensual”.

Estes cidadãos alegam que a expansão do Metro de Lisboa “deve ser centrada em servir os interesses das populações da cidade e da sua Área Metropolitana”, citando “um cada vez maior número de técnicos” para quem a “opção de implementar uma linha circular é incorrecta, por não corresponder às necessidades de mobilidade mais prementes da população residente e trabalhadora na cidade e por condicionar mesmo o desenvolvimento futuro da rede do ML”.

Por isso, exigem que o projecto da linha circular seja suspenso, “bem como todos os procedimentos em curso para a sua concretização” e que sejam utilizadas as verbas da União Europeia para “encetar com celeridade todos os procedimentos necessários para a ligação da Linha Verde [cujo término se efectua actualmente em Telheiras] à Linha Azul, algures no território ocupado pela Junta de Freguesia de Carnide”.

Consideram ainda que, “em consequência de uma dificuldade de concepção inegavelmente reduzida, essa extensão apresenta um custo por quilómetro significativamente mais baixo do que as intervenções necessárias para a implementação de uma linha circular”.

Esse empreendimento, diz o grupo de cidadãos, “não apenas dispensa a realização de quaisquer alterações nos viadutos do Campo Grande, como também promove uma ligação muito mais fácil e muito mais rápida entre os dois únicos Parques de Material e Oficinas do ML”.

Por fim, salientam que “apesar de possuírem uma elevada densidade populacional, zonas da cidade como Telheiras, Parque dos Príncipes, Quinta dos Inglesinhos, Horta Nova e Bairro Padre Cruz continuam a gozar de uma oferta de transportes públicos manifestamente insuficiente e deficiente”.

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