Câmara de Aveiro quer transformar antigo colégio Alberto Souto numa academia da criatividade

Funcionou como centro educativo de reinserção social e irá dar lugar a um novo equipamento. Chama-se Creative Change Academy e uma das suas novas funcionalidades passará por albergar o arquivo municipal

ANTIGO REFORMATORIO DE AVEIRO
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O colégio já funcionou como centro de acolhimento de adolescentes em risco de exclusão social ADRIANO MIRANDA/PUBLICO
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O colégio já funcionou como centro de acolhimento de adolescentes em risco de exclusão social ADRIANO MIRANDA/PUBLICO
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O colégio já funcionou como centro de acolhimento de adolescentes em risco de exclusão social ADRIANO MIRANDA/PUBLICO

A Câmara Municipal de Aveiro vai assumir a gestão do edifício do antigo Colégio Alberto Souto, localizado em Aradas, imóvel que sai do domínio do Ministério das Finanças e do Ministério da Justiça para albergar novos serviços na área da cultura e da cidadania, entre os quais, um arquivo municipal. Outrora centro educativo destinado a acolher crianças e adolescentes em risco de exclusão social, o espaço irá passar a acolher aquilo que a autarquia designou de Creative Change Academy. Neste momento, a edilidade já tem a decorrer um concurso de ideias para a reconversão do antigo colégio e estima vir a investir no futuro equipamento cerca de 7 milhões de euros.

A transferência do edifício e respectivo terreno para o município aconteceu ao abrigo do processo de descentralização de competências da administração central para as câmaras municipais. A autarquia aveirense recebe o imóvel, avaliado em 1,9 milhões de euros, por um período de 50 anos, com a perspectiva de a posse vir a tornar-se definitiva. Com a reabilitação dos edifícios existentes e a construção de novos, “serão criadas condições para acolher a criação artística, através de um conjunto de espaços de residência, de acolhimento, com estúdios e espaços para conferências, espaços de produção e de apresentação”, destaca a edilidade. O arquivo municipal também terá lugar cativo, terminando com a realidade actual de dispersão por vários edifícios.

O projecto da Creative Change Academy integra o grupo de investimentos da candidatura de Aveiro a Capital Europeia da Cultura 2027 (é uma das quatro finalistas, juntamente com Braga, Évora e Ponta Delgada) e pretende aproveitar a “vizinhança” - o Arquivo Distrital e o Centro Cívico de Aradas estão situados ao lado - para criar sinergias.

O desenho do futuro equipamento aguarda, então, pelo resultado do concurso de ideias, aprovado na última reunião do executivo municipal de Aveiro. O vencedor receberá um prémio de consagração no valor de 20.000 euros, enquanto o segundo e terceiro classificados receberão prémios de participação no valor de 8.000 e 2.000 euros, respectivamente.

Imóvel em avançado estado de degradação

O antigo Colégio Alberto Souto funcionou como centro educativo de reinserção social até à sua desactivação na vigência do Governo de Passos Coelho, estando, desde então, largado ao abandono. “Tem hoje construções em pé, mas o que está lá dentro é a total destruição”, revelou o presidente da autarquia, Ribau Esteves, aludindo aos actos de vandalismo que a que o edifício esteve sujeito. “Foi destruída a rede eléctrica, os sanitários, as cozinhas, os vidros, tudo o que estava lá dentro”, acrescentou o edil, lamentando a forma como “o Estado português, de todos os governos, tem tratado o seu património”.

Neste momento, e de forma temporária, o espaço está a albergar os contentores onde funciona a escola do primeiro ciclo e jardim-de-infância do Bonsucesso, enquanto decorre a empreitada de reabilitação daquele estabelecimento de ensino.

Terreno da Empresa de Pescas vai dar lugar a nova praça

A Câmara Municipal de Aveiro acaba de receber também o terreno da Empresa de Pescas de Aveiro, na Rua do Alavário. O imóvel sai, assim, do domínio do Ministério das Finanças/Direção-Geral do Tesouro e Finanças para a alçada do município, que já tem planos bem definidos para aquele espaço.

Considerando que o imóvel em causa se encontra numa das principais entradas da cidade (conhecida como Rotunda do Marnoto), a autarquia pretende construir naquela área uma nova praça de uso público e que tenha a função de “porta de entrada”.

Será uma espécie de “espelho da praça pública que está do outro lado do canal, que é o Rossio, e enquadrará a unidade hoteleira que ali vai ser construída nos terrenos da antiga fábrica Bóia e Irmão”, desvendou o presidente da câmara, Ribau Esteves, na última reunião do executivo municipal. As estimativas da autarquia apontam para um investimento na ordem dos 300.000 euros.

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