Kutu: Um oásis entre Paris e Adis Abeba

O trio formado pelas cantoras Haleluya Tekletsadik e Hewan Gebrewold, e pelo violinista Théo Ceccaldi, inventou uma música que, mais do que cruzamentro entre jazz francês e melodias etíopes, é todo um novo lugar desconhecido dos mapas.

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A história dos KUTU, o trio que junta as cantoras etíopes Haleluya Tekletsadik e Hewan Gebrewold ao violinista francês Théo Ceccaldi, começa muito antes deles. E se é possível determinar um momento que desencadeou o encontrou entre estes três músicos, talvez esse rastilho inicial esteja, afinal, num outro gesto de aproximação de entusiastas franceses pela música da Etiópia. Em 1984, após alguns anos a organizar concertos com alguns amigos na cidade de Poitier, em França, juntando num mesmo palco projectos de música experimental, free jazz e grupos tradicionais pescados em vários pontos do planeta, Francis Falceto foi surpreendido pelo disco que um amigo trouxera da Etiópia e que resolveu partilhar numa festa. Assim que a música de Mahmoud Ahmed lhe alcançou os ouvidos, Falceto teve uma epifania, tratou de ficar na posse do LP e desatou a distribuir cassetes daquele registo que enviou a jornalistas e críticos de música, percebendo então que Ahmed — e a música etíope em geral — era um mistério total na Europa.

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