Pedro Moreira transita do Museu do Tesouro Real para a presidência da EGEAC

O gestor cultural vai dirigir uma casa onde já trabalhou mais de uma década, nomeadamente em projectos que envolveram a animação do espaço público, como as Festas de Lisboa.

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Pedro Moreira na inauguração do Museu do Tesouro Real daniel rocha/PUBLICO

O nome do gestor cultural Pedro Moreira, 52 anos, foi aprovado esta quarta-feira para liderar a empresa municipal responsável pelos equipamentos da Câmara Municipal de Lisboa, sucedendo a Joana Gomes Cardoso, que estava no cargo desde 2015 e pediu para sair em Maio.

Pedro Moreira foi até agora director-executivo do Museu do Tesouro Real, inaugurado a 1 de Junho e dedicado às jóias da coroa portuguesa. Ao assumir a presidência do conselho de administração, vai dirigir uma casa onde já trabalhou mais de uma década, nomeadamente em projectos que envolveram a animação do espaço público, como as Festas de Lisboa.

O nome do gestor cultural foi proposto pelo vereador da Cultura, Diogo Moura (CDS-PP), que avançou igualmente com os nomes de Susana Graça, uma investigadora que já trabalhou na Direcção-Geral das Artes, para vogal remunerada, e do ex-jornalista Manuel Falcão para vogal não remunerado. Diogo Moura apresentará agora os três nomes à assembleia-geral da EGEAC para serem ratificados. Só a partir daí poderão assumir os cargos, o que poderá decorrer ainda durante o mês de Agosto.

Contactado pelo PÚBLICO, Pedro Moreira remeteu declarações para mais tarde.

O novo presidente da EGEAC, que viu o seu nome aprovado em reunião pública do executivo camarário, vai gerir um orçamento de 33 milhões de euros (números de 2021) que serve uma dúzia de museus, teatros e monumentos: Castelo de São Jorge, Padrão dos Descobrimentos, Atelier-Museu Júlio Pomar, Casa Fernando Pessoa, Galerias Municipais, Museu do Aljube Resistência e Liberdade, Museu Bordalo Pinheiro, Museu do Fado, Museu de Lisboa, Museu da Marioneta, Cinema São Jorge, São Luiz Teatro Municipal, LU.CA – Teatro Luís de Camões, Teatro do Bairro Alto e Centro de Estudos de História e da Leitura, além dos que estão cedidos a outras entidades.

Enquanto quadro da Associação do Turismo de Lisboa (ATL), o gestor foi responsável nos últimos anos pelo acompanhamento do projecto do museu numa operação que envolveu o remate da ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, num investimento superior a 31 milhões de euros. Recorde-se que a ATL estabeleceu uma parceria com o Ministério da Cultura, através da Direcção-Geral do Património Cultura (DGPC), e com a Câmara Municipal de Lisboa para gerir o Museu do Tesouro Real durante 20 anos, mantendo-se a direcção científica do museu nas mãos da DGPC.

Pedro Moreira começou a trabalhar no Turismo de Lisboa em 2016, como responsável pelo marketing e as atracções turísticas, e ali desenvolveu uma estratégia de ampliação da oferta para os turistas. Coordenou as reabilitações da Doca da Marinha, da Estação Fluvial do Terreiro do Paço, do Muro das Namoradeiras, na mesma praça, tal como os projectos do Centro Interpretativo da História do Bacalhau e da Experiência Pilar 7 da Ponte 25 de Abril.

Antes de trabalhar no Turismo de Lisboa, esteve cerca de 13 anos na EGEAC, onde foi director de desenvolvimento e gestão cultural e saiu pouco depois da entrada da presidente cessante. Trabalhou também na Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, nomeadamente na sua articulação com a Expo-98 através do Pavilhão de Portugal.

Pedro Moreira é licenciado em História pela Faculdade de Letra de Lisboa, com uma especialização em Paleografia e Diplomática, tendo sido professor convidado em mestrado de gestão cultural na mesma faculdade e na Universidade Autónoma de Lisboa.

Joana Gomes Cardoso termina a sua presidência este domingo.

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