“Já não há muita gente a falar esta língua que eu falo”

O Jardim Botânico de Coimbra era um importante espaço para o estudo académico de plantas e botânica. Jaime Forte foi um dos últimos cinco jardineiros a conhecer em detalhe toda a botânica da Universidade de Coimbra.

i-video

Quando olha em volta, a cada passo que dá, Jaime Forte apresenta-nos todos os seres que nos rodeiam. Conhece-os intimamente ou não os chamasse pelo seu nome em latim, dando assim conta do seu género e o epíteto específico. É uma relação com as plantas de longa data, tinha 12 anos quando a paixão de uma vida germinou.

“Terminei a quarta classe numa sexta-feira e na segunda-feira apresentei-me no Botânico para trabalhar. Estávamos a 15 de Julho de 1963 e fui para as estufas”, conta Jaime Forte, hoje já reformado. Esta “seiva” de jardineiro corria na família - o avô e o pai também metiam as mãos na terra do jardim da Universidade de Coimbra e Jaime estava ansioso: “Ia entusiasmado, a miséria era muita, o meu pai tinha quatro filhos”. Ia ganhar o seu primeiro salário: dez escudos por dia.