Sá Pinto deixa comando técnico do Moreirense

Contrato que ligava o treinador ao clube chegou ao fim e não foi renovado, depois da descida de divisão dos minhotos.

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Reuters/DAVID KLEIN

O treinador Ricardo Sá Pinto terminou uma ligação de praticamente cinco meses com o Moreirense, clube que recentemente foi despromovido à II Liga de futebol, após oito anos no principal escalão.

“O Ricardo Sá Pinto tinha contrato com o Moreirense até 31 de Maio. Na altura em que assinámos, só quis um vínculo com essa duração e aceitámos sem qualquer problema. Portanto, ontem [terça-feira] cessou contrato com o Moreirense”, assegurou o dirigente máximo dos minhotos, três dias depois da reedição das descidas de 2004-05 e 2012-13.

Ricardo Sá Pinto, de 49 anos, acumulou seis vitórias, dois empates e 12 derrotas nos 20 encontros realizados à frente do Moreirense, ao qual chegou em Janeiro para substituir o luso-angolano Lito Vidigal, que, quatro semanas antes, tinha sucedido a João Henriques.

“Quero agradecer a todas as pessoas que colaboraram connosco, incluindo as equipas técnicas. Cada uma teve um comportamento correcto e tentou fazer o melhor que podia e sabia. Infelizmente, as coisas não correram tão bem quanto queríamos e o resultado não foi o desejado, mas paciência. Desejo felicidades a todos”, endereçou Vítor Magalhães.

Os minhotos fecharam a I Liga no 16.º e antepenúltimo lugar, à frente dos “condenados” Tondela - que suplantaram na 34.ª e última jornada - e Belenenses SAD, mas vacilaram no play-off (derrota por 0-2 fora e vitória 1-0 em casa) frente ao Desportivo de Chaves, terceiro colocado da II Liga, para falharem a 13.ª presença, e nona consecutiva, na elite.

Ricardo Sá Pinto esteve ausente do banco de suplentes nos embates com os flavienses, ao ser sancionado com 15 dias de suspensão e uma multa de 2.805 euros, tendo em conta incidências no final do triunfo frente ao Vizela (4-1), da 34.ª e última jornada.

De acordo com o relatório do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que incluiu o testemunho do comandante do Destacamento Territorial da GNR de Guimarães, o técnico foi punido por “lesão da honra e da reputação e denúncia caluniosa”, vendo mesmo o seu recurso julgado como improcedente antes do play-off.

Ricardo Sá Pinto assegurou na segunda-feira que vai apresentar uma queixa-crime por “crime de falsificação de documento” contra o comandante, a quem chamou de “grande mentiroso”, algumas horas após saber que a GNR participará criminalmente contra si.

A Associação Nacional de Oficiais da Guarda (ANOG) também repudiou as “palavras de ódio” do treinador e desafiou Moreirense e Liga Portuguesa de Futebol Profissional a “demarcarem-se publicamente deste comportamento absolutamente contrário ao espírito desportivo”, mas o presidente Vítor Magalhães descartou “tomar posição” sobre o caso.

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