Um “depósito” de seres humanos no Ruanda

Enviar os imigrantes para lugares remotos, tratando-os como uma mercadoria sujeita a armazenamento e despacho, abre, como disse o arcebispo Justin Welby, “uma questão ética séria”.

Entre o ruído da guerra na Ucrânia e na véspera do espírito redentor da Páscoa, o Reino Unido anunciou um hediondo plano para “dissuadir” a imigração ilegal e atacar os traficantes que organizam as perigosas travessias do canal da Mancha. A partir de agora, todos os homens que desembarquem ilegalmente nas costas britânicas serão recambiados para os confins da África, no Ruanda, a 6500 quilómetros de distância. Em Londres e um pouco por todo o mundo, as reacções não se fizeram esperar: 160 organizações de direitos humanos protestaram, os conservadores dividiram-se, os serviços públicos da imigração sugeriram um boicote ao plano e o arcebispo da Cantuária, a mais alta autoridade religiosa do país, condenou o plano por ser o “oposto da natureza de Deus”.

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