Uma plataforma para mostrar que doar medula óssea “não custa nada”

Para Afonso Santos, as informações sobre a doação de medula óssea estavam dispersas. Procurando responder a todas as questões que o assolaram quando se quis tornar dador, criou um site com exemplos e “linguagem mais fácil de perceber”.

Foto
Brooklyn/Unsplash

DoarMedula.org é um projecto de carácter informativo para desmistificar a doação de medula óssea. Inspirado pela namorada, a quem foi diagnosticado um cancro, Afonso Santos, de 33 anos, criou a plataforma para explicar em que consiste o processo e incentivar outras pessoas a juntarem-se à causa.

“Uma das coisas que notei, quando quis tornar-me dador, foi que as informações estavam muito dispersas”, diz o engenheiro informático, em conversa com o P3. E foi para solucionar esta questão que decidiu “concentrar” tudo num único sítio, com uma “linguagem mais fácil de perceber e com exemplos”. Inclui também tópicos adicionais que, durante a pesquisa, sentiu que faziam falta esclarecer: “Uma coisa que não encontrei foi, por exemplo, se as pessoas tinham direito ao dia depois de doar”, explica.

Afonso Santos acrescenta que uma das suas maiores preocupações foi assegurar que a informação é “completamente fidedigna”. Para isso, recorreu à ajuda de dois profissionais de saúde do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO), Susana Roncon e João Mota. No site consta uma lista de locais por todo o país onde se pode doar, reunindo contactos e moradas, e ainda uma descrição detalhada de todos os passos do processo, desde o momento em que uma pessoa se inscreve como doador até ao acompanhamento pós dádiva.

Além do site, Afonso criou uma página de Instagram onde publica factos e responde a questões frequentes. Ainda que seja um projecto muito recente, online apenas desde o fim de Fevereiro, já conseguiu motivar cinco pessoas a tornarem-se dadoras. Para o futuro espera conseguir alcançar mais gente e recolher testemunhos, tanto de doentes que recuperaram como de pessoas que doaram, para mostrar que “não custa nada”.

Texto editado por Ana Maria Henriques

Sugerir correcção
Comentar