Exposição

A “paisagem de desastre” de Tchernobil em 76 imagens para ver em Monção

Exposição 30+5+1 Chernobyl apresenta 76 fotografias da autoria do professor e geógrafo João Sarmento. Para ver na Casa Museu de Monção até 21 de Maio.

João Sarmento
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João Sarmento

O ambiente pesado e de “desastre” de Tchernobil chega ao Alto Minho, com uma nova exposição da autoria do professor e geógrafo João Sarmento. 30+5+1 Chernobyl é o nome da mostra, inaugurada a 26 de Março, na Casa Museu de Monção, que reúne 76 fotografias captadas pelo docente na Zona de Exclusão de Tchernobil.

Ao P3, João Sarmento conta que visitou a área enquanto estava na Universidade Nacional de Kiev Taras Shevchenko em 2016, ou seja, 30 anos após o acidente nuclear de Tchernobil. O que mais o marcou foi ver a “paisagem de desastre”, pautada pela “ausência da presença humana”, aspectos que estão patentes nas fotografias agora expostas. Para além destas imagens, a mostra apresenta “um conjunto de mapas” da União Soviética e da Europa antes do seu colapso, assim como “duas cartas militares russas de Tchernobil e de Pripyat”, aponta o professor da Universidade do Minho.

A exposição esteve para ser inaugurada em 2021, cinco anos depois da visita de Sarmento a Tchernobil. Contudo, devido à pandemia, só pôde abrir portas este ano, o que explica o nome 30+50+1 Chernobyl. Expor as fotografias nesta altura é uma “triste coincidência”, diz João Sarmento, referindo-se à guerra na Ucrânia e, mais especificamente, à ocupação russa da central nuclear. Porém, o facto de a Ucrânia estar “presente nas nossas mentes todos os dias” também faz com que as pessoas estejam mais interessadas e “mais alertas para uma exposição como esta”.

Embora não pretenda que as suas imagens transmitam “algum ensinamento”, João Sarmento espera que os visitantes “reflictam” sobre o “desastre humano” causado pelo acidente de Tchernobil em 1986 e, assim, sobre o “perigo que existe nas instalações das centrais nucleares”, visto que “qualquer uma delas corresponde a um risco”. Para além disso, o professor pretende que as pessoas pensem no “progresso da sociedade” e nos avanços tecnológicos relativos aos materiais nucleares e radioactivos presentes nas centrais: “A tecnologia permite-nos dar passos muito avançados, muitos importantes para a longevidade, mas devíamos reflectir se são estes os caminhos que queremos seguir”, conclui João Sarmento.

30+50+1 Chernobyl está patente na Casa Museu de Monção até 21 de Maio. A exposição é de entrada gratuita e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h às 12h30 e das 14h às 17h, e ao sábado, das 14h às 19h.

Texto editado por Amanda Ribeiro

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