Conselho Superior de Defesa Nacional aprova mobilização de 1500 militares portugueses

Na reunião realizada esta manhã, o Conselho Superior de Defesa Nacional aprovou por unanimidade a mobilização das Forças Armadas, no quadro da NATO, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.

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Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu-se esta quinta-feira LUSA/TIAGO PETINGA

O Conselho Superior de Defesa Nacional aprovou, por unanimidade, a participação das Forças Armadas Portuguesas no âmbito da NATO, mas o comunicado não revela nem o contingente militar que será mobilizado, nem os países para onde irá esse contingente no imediato.

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O Conselho Superior de Defesa Nacional aprovou, por unanimidade, a participação das Forças Armadas Portuguesas no âmbito da NATO, mas o comunicado não revela nem o contingente militar que será mobilizado, nem os países para onde irá esse contingente no imediato.

Em concreto, revela apenas ter sido aprovada a activação da Very high readiness Joint Task Force (VJTF) e das Initial Follow-On Forces Group (IFFG) para eventual empenhamento nos planos de Resposta Graduada da NATO. De acordo com a informação disponibilizada no site do Estado Maior das Forças Armadas, essas duas forças representam um total de 1521 militares.

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A primeira, designada força de reacção muito rápida, envolve um navio, 162 viaturas tácticas, sete aeronaves e 1049 militares e tem uma prontidão de sete dias. A segunda trata-se de uma força de reforço, que estará pronta em 30 dias, e envolve 472 militares, dois navios e 36 viaturas tácticas.

Foi também dada uma autorização de princípio para uma “eventual antecipação do segundo para o primeiro semestre de projecção de uma companhia do Exército para a Roménia”.

Esta manhã, o primeiro-ministro, António Costa, precisou que “a NATO não intervirá, nem agirá na Ucrânia” e que as forças portuguesas deverão actuar em operações “de dissuasão nos países da NATO com fronteira perto da Ucrânia”. António Costa sublinhou ainda que “Portugal integra, este ano, as forças de reacção rápida da NATO e, neste quadro, temos um conjunto de elementos para, daqui a cinco dias, se for essa a decisão do Atlântico Norte, seguir as ordens da NATO”.

A reunião, que contou com a presença de oito membros do Governo para além do primeiro-ministro, demorou menos de uma hora. O comunicado é muito lacónico e não estão previstas declarações do Presidente da República no imediato.

O Presidente da República recebe esta tarde, às 15h, a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets. É possível que Marcelo Rebelo de Sousa preste declarações aos jornalistas no final da audiência à embaixadora ucraniana.

Esta reunião extraordinária do Conselho Superior de Defesa Nacional foi marcada esta madrugada e, além dos membros regulares – primeiro-ministro, ministro da Defesa, chefes militares, representantes da República, presidentes dos executivos regionais e representantes da Assembleia da República –, contou com a presença dos ministros dos Negócios Estrangeiros, da Presidência, da Economia, das Finanças, da Administração Interna, do Ambiente e das Infra-estruturas.