Romeu Costa conta-se a partir de Mariah Carey

Durante anos, sentiu vergonha e culpa pela devoção que dedicou à cantora norte-americana na adolescência. Maráia Quéri, de 16 de Fevereiro a 6 de Março, no D. Maria II põe a nu este guilty pleasure, história que se conta em paralelo com a da sua homossexualidade.

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Filipe Ferreira

A adolescência, todos o sabemos, é um lugar de excessos, de descobertas estruturantes e violentas, de paixões desmedidas, de adopção de modelos — no mundo pop, por exemplo — que, tantas vezes, forçam uma identificação entre quem assiste ao longe e se convence que coabita com aqueles que idolatra. A adolescência é um viveiro de emoções ao rubro, descontroladas, uma procura sôfrega pelo nosso lugar no mundo e com uma fome quase desesperada pelo futuro. Vive-se tudo intensa e rapidamente, e a querer viver mais logo em seguida. E depois, em muitos de nós, a distância que se vai cavando em relação a esse período leva a que muitos dos excessos pareçam absurdos ou ridículos pela dimensão que tomaram, e muitas dessas referências que enchiam as paredes do quarto — e ajudavam a acreditar que alguém falava directamente para nós, interpretava de forma certeira as nossas angústias e conhecia a nossa vida do avesso — passem a estar cobertas por uma espessa camada de vergonha.

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