Quando a criança era criança

A primeira obra de uma jovem dupla francesa, Marguerite de Hillerin e Félix Dutilloy-Liégeois, tem as referências no sítio certo, mas falta-lhe ainda identidade.

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Um certo déjà vu, incapaz de fazer seu a complexa rede de segredos deste romance iniciático de jovem órfão no Portugal do século XVII

Produzida por Paulo Branco e rodada em Portugal com um elenco e uma equipa quase inteiramente portugueses, A Criança é a primeira longa-metragem de uma jovem dupla francesa, Marguerite de Hillerin e Félix Dutilloy-Liégeois, que se inspirou num conto do escritor alemão Heinrich von Kleist. E isto, sem menosprezar o esforço de todos os envolvidos, define desde logo forças e fraquezas desta primeira obra. Corresponde a uma certa ideia de “filme-esperanto” europeu, e preenche uma “casa” bem definida de primeira obra modesta e discreta, de “aposta” a médio-longo prazo, com influências bastante nítidas: aqui e ali Manoel de Oliveira, acolá João César Monteiro, a espaços Eugène Green, uma pitada de Éric Rohmer. Mas, ao mesmo tempo, não se vislumbra ainda aqui uma personalidade própria, apenas um exercício cuidado de estudante aplicado e bem-comportado.

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Produzida por Paulo Branco e rodada em Portugal com um elenco e uma equipa quase inteiramente portugueses, A Criança é a primeira longa-metragem de uma jovem dupla francesa, Marguerite de Hillerin e Félix Dutilloy-Liégeois, que se inspirou num conto do escritor alemão Heinrich von Kleist. E isto, sem menosprezar o esforço de todos os envolvidos, define desde logo forças e fraquezas desta primeira obra. Corresponde a uma certa ideia de “filme-esperanto” europeu, e preenche uma “casa” bem definida de primeira obra modesta e discreta, de “aposta” a médio-longo prazo, com influências bastante nítidas: aqui e ali Manoel de Oliveira, acolá João César Monteiro, a espaços Eugène Green, uma pitada de Éric Rohmer. Mas, ao mesmo tempo, não se vislumbra ainda aqui uma personalidade própria, apenas um exercício cuidado de estudante aplicado e bem-comportado.