Martina depois do eclipse total

O trip-hop deixou de ser o centro das atenções, passou a ser mais uma ferramenta ao dispor e Martina Topley-Bird carrega-a consigo, sem dela ser escrava nem dela se esquivar.

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A definitiva afirmação da natureza musical de Martina Topley-Bird

Mais ou menos verdade, mais ou menos lenda, a história que interessa contar do álbum de estreia de Tricky, Maxinquaye, que fez dele a candeia que iluminava o caminho para o movimento trip-hop, é a de que muitas das vozes gravadas por Martina Topley-Bird para o álbum são primeiras takes. E são primeiras takes porque aquilo que Tricky queria registar era o contacto virgem da sua musa de então com pistas instrumentais que a cantora nunca antes tinha ouvido. Cantava e gravava à medida que descobria o tema. A acreditar nesta versão — tão oficial quanto algo pode ser oficial tratando-se de Tricky —, temas desse álbum clássico como Ponderosa ou Black steel (versão para Black steel in the hour of chaos, dos Public Enemy) correspondem à reacção instintiva de Martina à música que Tricky lhe lançava para os auscultadores enquanto punha a fita a correr.

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